XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

O papel do Plasma Rico em Plaquetas no desenvolvimento da doença aterosclerótica em modelo animal

Resumo

Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica multifatorial, caracterizada pela formação de ateroma no interior de vasos sanguíneos. Sabe-se que o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), apresenta uma concentração elevada de fatores de crescimento que levam à uma eficácia terapêutica, e que a plaqueta tem sido correlacionada à uma função imunomodulatória. Como objetivo deste trabalho, avaliamos o efeito do PRP no desenvolvimento da aterosclerose em camundongos deficientes do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDLr -/-) e/ou do gene apolipoproteína E (ApoE-/-). Para indução da doença, os animais foram alimentados com dieta hiperlipídica  (HP) e para produção do PRP, o sangue da veia cava foi centrifugado (1ª - 300 g por 5 minutos e a 2ª 700 g por 17 minutos), posteriormente liofilizado por 20 horas e caraterizado quanto ao número de plaquetas e do fator de crescimento transformador-beta 1 (TGF-β1). Após aplicação retro-orbitária semanal, o efeito do PRP foi avaliado pela dosagem de marcadores inflamatórios (Cytometric Bead Array) e perfil lipídico (colorimétrico). Os resultados demonstraram 3,4 vezes a contagem plaquetária inicial (558x103/µL Vs. 1949x103/µL - P<0,0001) e um aumento do TGF-β no PRP em relação ao valor basal (p= 0,181). Após uso da dieta HP, os animais apresentaram aumento de peso e nos níveis de colesterol, e diminuição dos níveis de triglicérides, figura 1. Houve aumento significativo da citocina IL-12p70, precursora da resposta Th1, no grupo ApoE -/- comparado à dieta basal (0,0 Vs. 620,9 fg/mL, p=0,027), sugerindo uma possível progressão da doença. Após as aplicações de PRP, observamos um balanço entre as citocinas precursoras do padrão Th1 e Th2 no grupo ApoE -/- com o aumento de IL-4 após o tratamento, o que pode interferir no padrão de resposta Th1. Também houve aumento significativo de TNF-α e IL-17 em relação ao CN. Embora não significativo, houve um aumento nos níveis da IL-10 após uso do PRP, o que juntamente com o padrão Th2 encontrado, pode sugerir uma resposta anti-inflamatória. Já no grupo LDLr-/-, por se tratar do estágio inicial da doença, não foi observada variação significativa nos níveis de citocinas com o uso do PRP, figura 2. Em resumo, o uso do PRP liofilizado no modelo de aterosclerose demonstra uma possível regulação de citocinas.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

LETICIA QUEIROZ DA SILVA, Beatriz de Moraes Martinelli, Amauri da Silva Justo-Junior, Ana Paula Dalla Costa, Márcio Alves da Cruz, Silmara Aparecida de Lima Montalvão, Luiz Henrique de Freitas Filho , Cristina Pontes Vicente, Joyce Maria Annichino-Bizzacchi