XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Doença arterial coronariana, gordura epicárdica e risco perioperatório em pacientes submetidos a correção de aneurisma de aorta abdominal

Resumo

Introdução:

A gordura epicárdica (GE) é reconhecida como um marcador de síndrome metabólica e atua, possivelmente, como efetor na aterogênese. Até o presente momento, não existem estudos correlacionando GE com risco cardiovascular perioperatório. Deste modo, buscamos observar se pacientes com maiores volumes de GE apresentam maior prevalência de doença arterial coronariana (DAC), valores pré-operatórios alterados de troponina T ultrassensível (TnT- us) e, assim, maior incidência de eventos cardiovasculares no pós-operatório.

Métodos:                 

Aferimos o volume de GE em pacientes encaminhados para cirurgia de correção de aneurisma de aorta abdominal, por meio de tomografia computadorizada sem contraste realizada até 6 meses antes da cirurgia. O volume de GE foi analisado de acordo com a presença ou ausência de DAC. Dados clínicos e laboratoriais foram considerados para a análise, sendo estes: fatores de risco tradicionais, TnT-us pré-operatória, bem como eventos cardiovasculares após a operação (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca aguda, arritmia, parada cardíaca e morte de causa cardiovascular).

Resultados:

110 pacientes submetidos a cirurgia de correção de aneurisma de aorta abdominal foram incluídos no estudo, com as seguintes características: média de idade 69.87 anos, 80% homens, 21% diabéticos, 81,7% hipertensos, 85.3% tinham historia atual ou prévia de tabagismo, 43% com DAC conhecida, 16.7% com insuficiência cardíaca. A TnT-us basal estava elevada em 39.1% de nossa amostra e 24.8% apresentaram evento cardiovascular após a operação. O volume de GE foi significantemente maior em pacientes com DAC (139,18 cm3± 55,12 vs. 118,17cm3± 51,52; P=0,04), mesmo após ajustes para valores de creatinina, tabagismo e TnT-us basal. Não foi encontrada diferença entre volumes de GE e valores alterados ou não de TnT-US pré-operatória (133,27cm3± 63,93 e 123,38cm3± 45,93 p=0,38). Maiores valores de GE não foram relacionados a maior incidência de eventos cardiovasculares perioperatórios (119,78cm3± 44,54 vs. 129,88cm3± 57,60 P=0,425). O volume de GE não se correlacionou com sexo, tabagismo ou presença de insuficiência cardíaca e diabetes.

Conclusão:

O volume de gordura epicárdica foi maior em pacientes com DAC, porém não foi relacionado à elevação de TnT-us pré-operatória nem a complicações cardíacas após a operação.

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

HCFMUSP - São Paulo - Brasil, HIAE - São Paulo - Brasil, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

CAIO VINICIUS FERNANDES RODRIGUES, GUSTAVO BORGES SILVA TELES, MARK WANDERLEY, FRANCISCO AKIRA MALTA CARDOZO, PAI CHING YU, DANIELLE MENOSI GUALANDRO, ERASMO SILVA, BRUNO CARAMELLI, DANIELA CALDERARO