XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Associação dos fatores de riscos cardiovasculares em trabalhadores do hospital

Resumo

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morbimortalidade, impactando na saúde e na produtividade do trabalhador. Assim, identificar os fatores de riscos das DCV nos trabalhadores é de grande relevância, pois permite subsidiar ações educativas e intervenções direcionadas à redução desses. MÉTODOS: Estudo transversal, observacional, com 280 funcionários de ambos os sexos, de um hospital em SP. Aplicou-se questionários socioeconômico e clínico, de atividade física e de consumo alimentar, coletou-se exames bioquímicos, medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura), medidas de pressão arterial sistêmica e de impedância bioelétrica. Foram usados os testes estatísticos de qui-quadrado, Mann Whitney, Kruskall Wallis, regressão linear múltipla e modelos lineares generalizados, significância do p< 0,05 e IC=95%. RESULTADOS: O excesso de peso no sexo masculino foi de 66,3% e no feminino de 61,6%. A prevalência de dislipidemia,  hipertrigliceridemia, HDL-baixo, síndrome metabólica, hipercolesterolemia isolada e  hiperlipidemia mista, foram respectivamente: 54,3%; 16,8%; 18,9%; 13,4%; 7,5% e 3,1% . O sexo masculino  apresentou um perfil mais aterogênico, maior consumo diário de calorias, lipídeos, carboidratos, proteínas e colesterol, porém  teve um maior nível de  atividade física no lazer e locomoção (ALL) e maior consumo de fibras. A circunferência da cintura (CC) teve associação negativa com o nível de escolaridade (p=0,002). A ALL teve associação negativa com a CC (r²=0,062; p<0,001). A chance de um indivíduo ter diabetes foi 4,2 vezes maior (IC=1,3; 15.8)  naqueles com CC  muito aumentada comparados aos de CC normal ou aumentada. A média de triacilgliceróis foi 1,5 vezes maior (IC=1,3; 15.8)  em portadores de CC muito aumentada que os de CC normal. As chances de se ter hipertrigliceridemia foi 2,2 vezes maior (IC=1,1; 4,8) naqueles com renda familiar abaixo de 10 salários mínimos (SM), comparados aos que ganham mais de 10 SM. As chances de se ter hipertrigliceridemia foi 2,4 vezes maior (IC=1,2; 4,9) no sexo masculino, em relação ao feminino e aumentou conforme a idade. CONCLUSÃO: As variáveis que apresentaram maiores impactos nos fatores de risco de DCV dos trabalhadores foram: renda familiar, escolaridade, sexo, idade, ALL e o consumo alimentar de fibras, de gorduras trans, omêga 3 e de colesterol. A medida da CC foi o índice de adiposidade mais sensível em identificar as dislipidemias e o diabetes.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - USP - São Paulo - Brasil

Autores

IRENE AKAMINE SAITO, Nagila Raquel Teixeira Damasceno