XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Revascularização do miocárdio com e sem circulação extracorpórea: levantamento epidemiológico da última década nas regiões brasileiras

Resumo

Introdução: A revascularização do miocárdio é a principal cirurgia cardiovascular realizada no Sistema Único de Saúde (SUS). Até 2004, a taxa de mortalidade após cirurgia cardiovascular era duas vezes maior no Brasil que nos Estados Unidos ou na Inglaterra. A tendência é que o país tenha uma das maiores taxas de novos eventos do mundo, sendo necessário conhecer os dados atuais para que possibilitem novos estudos e o aprimoramento dos serviços. O presente estudo objetiva analisar os dados existentes referentes à cirurgia de revascularização do miocárdio nas regiões brasileiras nos últimos 10 anos. Métodos: Realizou-se uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do SUS por um período de dez anos, avaliando os seguintes procedimentos cirúrgicos cardiovasculares: revascularização miocárdica com uso de extracorpórea, revascularização miocárdica com uso de extracorpórea com 2 ou mais enxertos, revascularização miocárdica sem uso de extracorpórea e revascularização miocárdica sem uso de extracorpórea com 2 ou mais enxertos; com valor de gastos públicos, taxa de mortalidade e óbitos. Resultados: No período analisado, foram observadas 225.311 internações, representando um gasto total de R$ 2.734.687.064,06 sendo 2012 o ano com maior número de internações (23.903) e a região de maior gasto a Sudeste, com um valor total de R$ 1.249.063.993,13. A taxa de mortalidade total foi de 5,59, tendo sido 2008 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 6,65, e a região norte a com maior taxa, 7,95. O número total de óbitos foi de 12.586. Destes, a maior parte ocorreu no ano de 2013, que apresentou 1406 óbitos. Ainda que não tenha sido a região com maior taxa de mortalidade (5,14), a região Sudeste apresentou o maior número de óbitos, com 5.430. Conclusões: Pode-se ver que os procedimentos representam um alto custo, o que é atribuído à alta prevalência de doença arterial coronariana e infarto agudo do miocárdio, sendo a região Sudeste, a mais populosa do país, a com maior número de casos. Pode-se observar, também, que o menor desenvolvimento tecnológico da região está relacionado a mais altas taxas de mortalidade, embora o número de óbitos tenha sido diretamente proporcional ao número de procedimentos realizados.

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

RAUL FERREIRA DE SOUZA MACHADO, Caio Teixeira dos Santos, Thaís Lemos de Souza Macêdo, Sara Cristine Marques dos Santos, Vitória Helena Carvalho Furtado de Mendonça, Yan Barcelos Coelho Rocha, Laiza Barcelos Coelho Rocha, Ivana Picone Borges de Aragão