XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Identificação e acompanhamento de pacientes com suspeita de Hipercolesterolemia Familiar em Ambulatório de Lípides de Hospital Público de São Paulo.

Resumo

Introdução

A Hipercolesterolemia Familiar (HF), é uma doença marcada por altos níveis de colesterol da LDL-c que pode ser causada por mutações do gene do LDL-R, do gene da ApoB ou do gene da PCSK9. Sua detecção está relacionada a um maior risco de desenvolvimento da  doença arterial coronariana prematura.

É importante diagnosticar e tratar precocemente seus portadores, a fim de reduzir os riscos de doença cardiovascular (DCV) e melhorar a sobrevida desses indivíduos. Deve-se suspeitar da doença em adultos com LDL-c > 190 mg/dL ou em crianças e adolescentes com LDL-c > 160mg/dL.

Objetivo

Selecionar pacientes com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de HF. Acompanhá-los após o início do tratamento em nosso serviço, verificando se houve melhora clínica e laboratorial e se ocorreu algum evento cardiovascular.

Métodos

Usou-se o critério Dutch Lipid Clinic Network Score (DLCNS) para a seleção dos pacientes. Foram incluídos 50 pacientes, 82% do sexo feminino, faixa etária média de 57 anos (homens 53,4 anos e mulheres 58,4 anos), IMC de 27,2.

O exame padrão-ouro para diagnosticar a HF é a análise genética, porém os custos desse exame são um fator limitante em nossa Instituição. Critérios de inclusão: idade acima de 18 anos e LDL > 190 mg/dL. Foram excluídos pacientes com dislipidemia secundária.

Resultados

A média das concentrações encontradas de colesterol total (CT) e LDL-c foram 290,7 e 208,9, respectivamente. Estavam em uso de estatina nas seguintes dosagens: Atorvastatina em 72% dos casos (média de 48,4 mg/dia), Rosuvastatina em 12% (14 mg/dia), Sinvastatina em 16% (36 mg/dia). Em 32% dos pacientes, foi administrado concomitantemente Ezetimiba (10 mg/dia).

Entre os pacientes selecionados 37,5% tiveram um evento cardiovascular, tendo como fator de risco: história familiar de DCV prematura em 77%, tabagistas em 44% e Diabetes Mellitus (DM) em 38%. Nenhum dos indivíduos que teve evento apresentava xantomas ou arco córneo. A média do DLCNS foi de 6,1, sendo 6% definitivos, 52% prováveis e 39% possíveis HF.

Conclusão

Nosso estudo mostrou que a HF é uma patologia grave, com alto índice de DCV precoce. Por isso, a identificação e o tratamento prematuros são fundamentais na redução da mortalidade cardiovascular. Entre os fatores de risco mais relevantes para DCV em nossa população destacaram-se em ordem decrescente: história familiar, tabagismo e DM.

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

SANTA CASA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

ARMANDO TAKAO SUEHIRO JUNIOR, LEONARDO OGAWARA KAWAMOTO LAHOZ GARCIA, LARISSA BRAILOWSKY PELLEGRINO, ANA BEATRIZ PEREIRDA SOUZA, RENATO JORGE ALVES