XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

O nível de LDL-colesterol admissional dentro da meta interfere na evolução clínica em pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular basal que apresentam infarto agudo do miocárdio?

Resumo

Introdução: Apesar do atual padrão de cuidado, a taxa de atingimento de meta lipídica para pacientes com hiperlipidemia, especialmente aqueles que sofreram infarto agudo do miocárdio (IAM), é sub-ótima. 

Objetivo: Comparar os grupos com LDL-colesterol admissional dentro e fora da meta em pacientes classificados como de alto e muito alto risco cardiovascular basal que apresentaram IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).

 Métodos: Realizada a classificação do risco cardiovascular basal através do aplicativo ER 2017 de 2802 pacientes atendidos em uma rede municipal para tratamento de IAMCSST entre março de 2010 a abril de 2019. Após a estratificação, os pacientes classificados como de alto ou muito alto risco foram analisados quanto à evolução clínica intra-hospitalar e divididos entre grupos dentro versus fora da meta preconizada (abaixo de 70 e 50 mg/dL para alto e muito alto risco, respectivamente) conforme o nível de LDL-colesterol coletado nas primeiras 24 horas de admissão hospitalar. 

Resultados: Dos 2802 pacientes, 1126 (40,2%) foram classificados como de alto (788) ou muito alto (338) risco cardiovascular basal. Destes, somente 64 (5,7%) apresentaram nível de LDL-colesterol admissional dentro da meta, com maior frequência do sexo feminino (46,9% versus 32,1%; p 0,01). O desfecho de insuficiência cardíaca pós-infarto foi menos frequente no grupo dentro da meta (3,1% versus 30,8%; p < 0,01) e também houve menor necessidade de angioplastia de resgate por falência de trombolíticos (17,2% versus 33,1%; p < 0,01). Não houve diferença em relação às demais comorbidades, ao tempo dor-agulha, ao fluxo coronariano ótimo (TIMI 3) após angioplastia ou à evolução para choque cardiogênico e óbito intra-hospitalar entre os grupos.

Conclusão: Em pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular basal que se encontrava dentro da meta preconizada por Diretrizes para LDL-colesterol sérico, apresentou maior frequência do sexo feminino, melhor reperfusão após trombolítico e menor evolução com insuficiência cardíaca, quando comparado ao grupo fora da meta lipídica. 

Tabela: comparação entre grupo dentro e fora da meta de LDL-colesterol em pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular basal que apresentaram IAMCSST.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

MICHELLE GONÇALVES BIRTCHE, IGOR RAMON DE MELO BATISTA, JOSE RENATO BRABO ARERO, ILMARA LIMA DE OLIVEIRA, LUIZ PAULO MENDES DOS SANTOS, ATTILIO GALHARDO, VANDO DE SOUZA JUNIOR, CLAUDIA MARIA RODRIGUES ALVES, PEDRO IVO DE MARQUI MORAES