XVII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Aterosclerose coronária subclínica em indivíduos com acidente vascular cerebral isquêmico aterotrombótico

Resumo

Introdução e objetivos: O escore de cálcio coronário (CAC) é um marcador de aterosclerose coronária e está associado a uma elevada taxa de eventos cardiovasculares. Nosso objetivo foi analisar a frequência do CAC ≥ 100 em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico aterotrombótico sem sintomatologia de doença coronária, comparados a um grupo controle (Grupocontrole).

Métodos: Neste estudo transversal, avaliamos o CAC em pacientes com idade entre 45 e 80 anos, com acidente vascular cerebral isquêmico devido à aterosclerose de grandes artérias (Grupoatero: pacientes com estenose sintomática ≥ 50% em pelo menos uma artéria carótida interna cervical ou uma artéria intracraniana) e em um Grupocontrole (sem acidente vascular cerebral isquêmico ou estenose cervicocéfica ≥ 50%).  Foram calculadas as frequências de CAC ≥ 100 em indivíduos no Grupoatero e no Grupocontrole, bem como em subgrupos de pacientes do Grupoatero com estenoses  exclusivamente em artérias cervicais ou em artérias intracranianas. Adicionalmente, as frequências foram calculadas  em um subgrupo de pacientes com  estenoses extra- e intracranianas (Subgrupoextra_e_intra). Em todos os grupos/subgrupos, foram excluídos indivíduos com doença cardiovascular prévia, eletrocardiograma com evidência de infarto do miocárdio prévio e fontes cardioaórticas de êmbolos. Frequências de CAC ≥ 100 foram comparadas entre os grupos e subgrupos com regressão logística bivariada.

Resultados: Foram triados 389 indivíduos, sendo 80 incluídos no Grupoatero e 40, no Grupocontrole. No Grupoatero, 57,5% dos pacientes apresentaram  estenoses apenas extracranianas; 26,2%, apenas estenoses intracranianas e 16,2%, estenoses extra- e intracranianas (Subgrupoextra_e_intra). As frequências de CAC ≥ 100 foram 46,3% (n = 37) no  Grupoatero e 32,5% (n = 13) no Grupocontrole (OR, 1,79; 0,81-3,96; p = 0,152). A análise de subgrupos mostrou uma diferença estatisticamente significativa na frequência de CAC ≥ 100 entre o Subgrupoextra_e_intra e o Grupocontrole (OR 4,67; 1,21-18,04; p = 0,025).

Conclusões: Indivíduos com acidente vascular cerebral isquêmico com estenoses por aterosclerose, presentes simultaneamente em artérias cervicais e intracranianas, apresentaram uma carga maior de aterosclerose coronária subclínica do que os do grupo controle.

 

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

ADRIANA BASTOS CONFORTO, Marcio Bittencourt, Roberto Dantas, César Nomura, Raul dos Santos Filho, Gisele Silva, Maramélia Miranda-Alves, Ana Luíza de Araújo