Dados do Trabalho
Título
CHOQUE CARDIOGÊNICO INDUZIDO COM DOSE TERAPÊUTICA DE PROPAFENONA
Resumo
Fibrilação atrial (FA), a arritmia cardíaca mais comum com relevância clínica. Trata-se de uma arritmia supraventricular gerada por alterações eletrofisiológicas que provocam ativação de focos ectópicos nos átrios e veias pulmonares. MABSQ, feminina, 67 anos, com antecedente de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus tipo 2, refere episódios de palpitações associados a dispneia, desencadeados aos médios esforços com início há 30 dias. Ao intensificar os sintomas deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento, apresentando dispneia em repouso. No eletrocardiograma (ECG) de admissão na Unidade foi relatado uma Fibrilação Atrial de Alta Resposta Ventricular (FA ARV), situação no qual foram feitas as medidas de compensação clínica e encaminhada ao Hospital de referência. Ao ser admitida a paciente estava assintomática e apresentando um ECG compatível com FA ARV. O controle de frequência foi feito na dose de 15 mg de metoprolol intravenoso e manutenção com 50 mg metoprolol via oral de 12/12 horas. Um Ecocardiograma Transesofágico foi realizado 3 dias após a admissão, sem a evidência de trombo intracavitário e função sistólica do ventrículo esquerdo normal. Sendo em seguida administrado 600 mg de propafenona e após 4h a paciente ainda permanecia com ritmo de Fibrilação Atrial, sendo assim prescrito dose de ataque de 300 mg e manutenção 900 mg de amiodarona intravenosa contínua, evoluindo após 3h de início da droga, com um quadro de hipotensão arterial, sudorese fria e baixa perfusão capilar periférica, sendo necessário o uso de noradrenalina e dobutamina para a estabilização clínica, atribuindo-se um diagnóstico de choque cardiogênico. Após 6 dias a paciente torna-se oligúrica, com necessidade da hemodiálise de urgência, retomando seu débito urinário satisfatório progressivamente em 2 dias. No 23º dia de internação hospitalar, foi feita a alta médica com anticoagulação oral. Tem-se relatos de caso de choque cardiogênico pela propafenona após intoxicação com doses além da terapêutica recomendada. Neste caso tem-se a instalação do choque mesmo em dose terapêutica, o que reforça a indicação de que ela deve ser testada previamente em ambiente hospitalar.
Área
Pesquisa Básica
Instituições
HOSPITAL SÃO JOSÉ DO AVAÍ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
RAPHAEL ANTHERO DE MIRANDA TEIXEIRA, ROGERIA MARIA BAZETH LEMOS, DAVID MACIEL DE SA GURGEL BANI, HENRIQUE NOGUEIRA MANHÃES, PEDRO HISSA MONTEIRO, EVELINE ALMEIDA LUZ , SAMUELL SANTOS FERREIRA, TATIANE SILVA SANTOS , CLISTENES ROCHA PECANHA