XVIII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO COM SUPRADESNIVEL DO SEGMENTO ST E ANEURISMA DE ARTERIA CORONARIA GIGANTE NA DOENÇA ARTERIAL CORONARIA COMPLEXA: COMO E QUANDO TRATAR?

Introdução

Os aneurismas de artérias coronárias (AAC) são dilatações focais a partir de 1,5 vez o diâmetro normal. Incide de 0,3 a 5% dos cateterismos cardíacos (CATE). Quando gigantes (>8mm), sobretudo se associados à doença arterial coronária (DAC) obstrutiva, determinam complicações cardiovasculares. Não há consenso quanto ao tratamento.

Material e Método

Relato de um caso manejado no InCor HCFMUSP. Revisão de literatura PUBMED.

Resultados

Relato de caso: Homem, 54 anos, hipertenso, diabético e ex-tabagista. Apresentou angina típica, procurou o pronto socorro, onde recebeu o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST (IAMCSST) de parede anterior extenso (V1-V6, D1 e aVL). Foi trombolisado com alteplase, tempo porta-agulha de 2 horas, sem critérios de reperfusão. Evoluiu com sinais de baixo débito cardíaco e piora da angina, sendo encaminhado ao hospital cardiológico. À admissão: hemodinamicamente compensado, com tridil 10ml/h e dobutamina 20mcg/kg/min. Ausência de angina e sinais de congestão. Eletrocardiograma: supra de ST anterior extenso evoluído. O CATE evidenciou artéria descendente anterior (DA) 90% 1/3 proximal, aneurisma de 15-20mm e trombo maciço no mesmo seguimento. Primeira diagonal 80% 1/3 médio, artéria circunflexa 80% 1/3 médio, primeira marginal esquerda (MgE) 100% 1/3 proximal, artéria coronária direita (CD) 100% 1/3 proximal. Circulação colateral grau III: DA para MgE e para CD. Ecocardiograma: Fração de ejeção ventricular esquerda de 30% acinesia de parede septal, inferior e apical. Discutido com o heart team e optado por cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Recebeu enxerto de artéria torácica interna esquerda para DA, radial esquerda para Dg1 e safena para MgE1, sem intercorrências

Discussão e Conclusões

Discussão: AAC costumam ser silenciosos, detectados incidentalmente durante o CATE, associados à aterosclerose em sua maioria. A trombose na luz de grandes aneurismas pode ocasionar IAM por embolização distal, além de poder comprimir estruturas adjacentes, romper-se e levar à tamponamento cardíaco. A revascularização (percutânea ou cirúrgica), possui desafios técnicos e só se justifica na vigência de infarto ou angina de esforço. Conclusão: Trata-se de um caso de DAC complexa e AAC gigante no contexto de IAMCSST. A CRM foi a escolha tanto pela complexidade anatômica da DAC, quanto pela presença do AAC gigante proximal de DA com alto risco de complicações fatais. Dada a ausência de dados na literatura, a estratégia de intervenção deve ser individualizada.  

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

INCOR HC FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

LUHANDA LEONORA CRADOSO MONTI SOUSA, Luciana Oliveira Cascaes Dourado, LUIZ ANTONIO MACHADO CESAR, Luís Roberto Palma Dallan, Luís Alberto de Oliveira Dallan, Luiz Augusto Ferreira Lisboa, Bruno Mahler Mioto Mioto