Dados do Trabalho

Título

ANALISE CRITICA DO PERFIL LIPIDICO DE PACIENTES INFARTADOS EM HOSPITAL PUBLICO DE SAO PAULO

Introdução

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de morte no Brasil e o aumento do colesterol de Lipoproteínas de Densidade Baixa (LDL-c) é um dos principais fatores de risco. Por isso, seu cuidado é de extrema importância. As Diretrizes preconizam metas de LDL-c < 50 mg/dL ou sua redução em 50% e o perfil lipídico avaliado, preferencialmente, nas primeiras 24 horas do evento. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a meta de LDL-c atingida, o tempo de coleta e a evolução do perfil lipídico, bem como a terapêutica hipolipemiante empregada.

Métodos

Realizou-se pesquisa descritiva de prontuários eletrônicos de pacientes com diagnóstico de IAM em um hospital público de São Paulo, entre junho de 2021 e março de 2022. Foram incluídos pacientes com idade superior a 18 anos, de ambos os sexos. Avaliou-se os registros de valores de LDL-c da internação e primeira consulta de retorno pós evento, além da terapêutica empregada. Os resultados foram analisados em porcentagem e média.

Resultados

Do total de 161 pacientes, 52% não tinham análise prévia do perfil lipídico, nem na internação ou na primeira consulta de retorno pós-evento. Em 24% da amostra, havia histórico de IAM prévio; entretanto, esses pacientes não tinham análise do perfil lipídico e em 50% não havia uso regular de estatina. Dos 48% que tiveram a coleta do exame lipídico na internação e/ou retorno, o valor médio de LDL-c obtido na amostra foi 111,1 +- 38,3mg/dL, coletado 4,2 +- 0,7 dias após admissão hospitalar. O tempo médio da consulta de retorno foi de 87,5 +- 10 dias, com LDL-c de 88,6 +- 29 mg/dL. Apenas 87% dos pacientes receberam estatina na alta hospitalar.

Conclusões

A terapêutica hipolipemiante foi inadequada, visto que nem todos os pacientes tiveram a prescrição de estatina, mesmo após o primeiro evento cardiovascular. A meta de LDL-c não foi atingida e a sua redução média no retorno foi de apenas 20%. É relevante destacar a falta de controle dos valores plasmáticos de LDL-c nessa população, principalmente pelo risco residual de novos eventos cardiovasculares.

Palavras-chave

LDL-colesterol, Infarto Agudo do Miocárdio, Estatina