XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

A FRUTOSE PLASMATICA IMPACTA NEGATIVAMENTE EM MULTIPLOS FATORES DE RISCO CARDIOMETABOLICOS EM DESCENDENTES GERMANICOS: ESTUDO SHIP-BRAZIL

Introdução

A incidência de doenças cardiovasculares no Brasil tem aumentado nas últimas décadas e a dieta é um fator essencial responsável pelo aumento do risco cardiometabólico (RCM). O alto teor de frutose, presente principalmente em alimentos industrializados, pode contribuir para o desequilíbrio do metabolismo de lipídios e da glicose. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre as concentrações plasmáticas de frutose e fatores de RCM de acordo com o sexo. 

Métodos

Este estudo transversal baseado na "Coorte Vida e Saúde em Pomerode (SHIP-BRAZIL)", na linha de base, investigou os dados demográficos, de estilo de vida e clínicos. Foram obtidos dados antropométricos (IMC e CC), dados bioquímicos como perfil lipídico (colesterol total, LDL-c, HDL-c, triglicerídeos, não-HDL-c), glicose e frutose plasmáticas e pressão arterial. Foram realizados os testes de Shapiro-Wilk e t de Student. A regressão logística binária foi realizada para estimar o odds ratio (OR) com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) em três modelos: modelo 1 sem ajuste, modelo 2 ajustado para idade e modelo 3 ajustado para idade, tabagismo, consumo de álcool, nível de atividade física e total de calorias. As análises foram realizadas através do software SPSS versão 22.0, com nível de significância de 5%. 

Resultados

Foram selecionados 597 indivíduos divididos em 258 homens e 339 mulheres. A maioria dos indivíduos encontrava-se na faixa etária de 30 a 60 anos. Observou-se alta prevalência de tabagismo e consumo de álcool nos homens. Em contrapartida, o sedentarismo foi mais elevado nas mulheres. As concentraçõe plasmáticas de frutose foram significativamente maiores nos homens. Nos homens, as concentrações plasmáticas de frutose estavam diretamente associadas ao excesso de peso (OR= 1,02; IC95%=1,01-1,04; p=0,023), à CC elevada (OR=1,04; IC95%=1,02-1,05; p<0,001), ao colesterol total elevado (OR=1,02; IC95%= 1,01-1,03; p=0,013), ao HDL-c baixo (OR=1,03; IC95%=1,01-1,05; p=0,001), TG elevado (OR=1,06; IC95%=1,04-1,08; p<0,001), colesterol não HDL-c elevado (OR:=1,02; IC95%=1,01-1,03; p=0,005), presença de dislipidemia (OR= 1,03; IC95%= 1,01-1,05; p=0,001) e diabetes (OR=1,03; IC95%=1,01-1,05; p=0,004). Nas mulheres, os níveis de frutose foram associados a maior relação LDL-c/HDL-c (OR=1,02; IC95%: 1,01-1,03; p=0,028), TG elevados (OR=1,04; IC95%=1,02-1,06; p=0,028) e presença de diabetes (OR=1,0; IC95%=1,01-1,06; p=0,019).

Conclusões

A frutose plasmática associou-se a múltiplos fatores de RCM, sendo mais evidente no sexo masculino.

Palavras-chave

Frutose; Risco Cardiovascular; Germânicos.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

RIBANNA APARECIDA MARQUES BRAGA, TATIANA AMARAL ZAPPA, JÚLIA GALBIATI DE SOUZA, ROSANA APARECIDA MANOLIO SOARES FREITAS, NÁGILA RAQUEL TEIXEIRA DAMASCENO