Dados do Trabalho
Título
DOSAGEM DE LIPOPROTEINA(A) EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO EM HOSPITAL TERCIARIO DE PORTO ALEGRE
Introdução
Estudos epidemiológicos e genéticos associam valores elevados de lipoproteína(a) (Lp(a)) ao aumento do risco de estenose valvar aórtica calcificada e doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA), em especial infarto agudo do miocárdio (IAM). A Diretriz da ESC sugere que todos os indivíduos deveriam medir sua Lp(a) pelo menos uma vez na vida. A Diretriz ACC/AHA coloca níveis séricos de Lp(a) acima de 125 nmol/L como potencializador de risco para DCVA. Estudos sugerem que cerca de 20% da população geral tenha níveis de Lp(a) acima de 125 nmol/L mas não é conhecida, no nosso meio, a prevalência de Lp(a) elevada em pacientes após IAM. O objetivo do estudo foi estimar a prevalência de Lp(a) elevada em pacientes com história de IAM no nosso meio e realizar uma análise demográfica e dos fatores de risco para a DCVA em pacientes com IAM, correlacionando com os valores de Lp(a).
Métodos
Estudo transversal descritivo de prontuários de 100 pacientes com coleta de Lp(a) na internação por IAM em um hospital terciário de cardiologia de Porto Alegre. Foram analisados dados demográficos e fatores de risco para DCVA. Foram considerados elevados os níveis séricos de Lp(a) acima de 125 nmol/L.
Resultados
Dos 100 pacientes analisados, 39 tinham Lp(a) acima de 125 nmol/L, 72% eram do sexo masculino, 72% tinham hipertensão, 53% diabetes ou pré-diabetes, 60% dislipidemia, 34% eram tabagistas ativos, 27% ex-tabagistas, 15% com obesidade ou sobrepeso, 4% haviam apresentado acidente vascular encefálico. Dos 39 pacientes com Lp(a) acima de 125 nmol/L, a idade média do primeiro evento cardiovascular (ECV) foi 55,26anos, sendo que 28(71,8%) era o primeiro evento, 8(20,5%) o segundo e 3(7,7%) o terceiro. Dos 61 pacientes com Lp(a) menor de 125 nmol/L, a idade média do 1°ECV foi 53,3 anos, sendo que 43(70,5%) era o primeiro evento, 16(26,2%) o segundo e 2(3,3%) o terceiro. Os fatores de risco entre os dois grupos estão representados na Tabela.
Conclusões
Observou-se uma elevada prevalência de pacientes com Lp(a) acima de 125 nmol/L na população estudada. Se os estudos com drogas específicas para reduzir a Lp(a) forem positivos, poderemos ter uma alternativa terapêutica para redução do risco de DCVA em um percentual expressivo da população. Não houve uma diferença expressiva na análise demográfica e dos fatores de risco associados à DCVA nos dois grupos, sugerindo que Lp(a) pode ser um fator de risco independente dos demais fatores, especialmente do LDL-C.
Área
Pesquisa Clínica
Instituições
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
CAROLINE FERREIRA PINTO, Ximena Alejandra Celi Loaiza, Artur Elias Dal-Bó, Isadora Gressler Reis, Byron de Paula Alves, Edyane Cardoso Lopes, Fernando Antônio Lucchese, Paulo Ernesto Leães, Paulo Eduardo Ballvé Behr