Dados do Trabalho

Título

ECTASIA DIFUSA DE ARTERIAS CORONARIAS: CAUSA DE INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TROMBOEMBOLICO EM JOVEM.

Introdução

Ectasia difusa das artérias coronárias (EAC) é a dilatação difusa dos segmentos coronarianos em pelo menos 1.5 vezes em relação ao segmento normal. Sua prevalência estimada é de até 5% das angiografias coronarianas. A apresentação clínica é variável, desde assintomática até síndrome coronariana aguda. Apresentamos caso de homem jovem com infarto agudo do miocardio (IAM) como consequencia de trombose em coronária ectasiada.

Métodos

Apresentamos caso de homem, 30 anos, admitido por dor torácica, náuseas e vômitos há 4 horas. ECG evidenciou IAMCSST em parede inferior sendo submetido a trombólise. Persistiu com dor torácica intensa, sendo transferido para o hospital terciário. Realizado cateterismo cardíaco que evidenciou ectasia difusas em todas as artérias, sem lesões obstrutivas, exceto trombo em circunflexa e segundo ramo marginal esquerdo 100% ocluído no terço distal com trombo. Iniciado AAS e clopidogrel, além de enoxaparina e estatina. IGIIb-IIIa administrado após cateterismo e mantido por 24h. Ecocardiograma evidenciou fração de ejeção de 45% com acinesia das paredes inferior e inferolateral.

Resultados

Após estabilidade clínica foi iniciado terapia médica otimizada para insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida. Investigações para vasculites, trombofilias e pesquisa de aneurismas e malformações vasculares foram realizadas  não sendo encontradas alterações relevantes. O paciente evoluiu bem clinicamente, recebendo alta com terapia otimizada e anticoagulação com rivaroxabana.   

Conclusões

A EAC gera distúrbios do fluxo coronariano, com aumento da viscosidade do sangue e ativação dos fatores de coagulação. Comumente está associada com aterosclerose, 20-30% são consideradas de origem congênita e menos de 20% dos casos descritos estão associados a doenças inflamatórias ou do tecido conjuntivo. Os pacientes que se apresentam com infarto agudo do miocárdio possuem diversas opções de tratamento por via percutânea, incluindo trombólise intracoronariana e inibidor da glicoproteína IIb-IIIa intracoronariano. Cirurgia de emergência é uma opção em casos excepcionais. Sobre o tratamento medicamentoso, ainda não há evidência de qualidade que suporta ou contra indica regimes de anticoagulação ou antiagregação plaquetária. Nós apresentamos o caso de um jovem sem aterosclerose com EAC que evoluiu com IAM mostrando que esta pode ser uma alteração de alto risco para eventos e deve ser lembrada  como causa de IAM em jovens.

Palavras-chave

ectasia, arterias coronarianas, infarto, miocárdio