Dados do Trabalho
Título
ANÁLISES DE EFICÁCIA E DE CUSTO-EFETIVIDADE DE MEDICAMENTOS ANTIDIABÉTICOS CARDIOPROTETORES PARA DIABETES TIPO 2 EM UM PAÍS DE RENDA MÉDIA
Introdução
Cargas econômica e social sem precedentes se expandiram com o aumento da prevalência de diabetes tipo 2 (DM2). A maioria destes gastos ocorre em países de baixa e média renda, onde a disponibilidade de recursos terapêuticos é escassa, especialmente no contexto da saúde pública. O presente estudo tem como objetivos analisar a eficácia e o custo-efetividade do uso de medicamentos antidiabéticos cardioprotetores num país de renda média como o Brasil, quando adicionados ao tratamento de pacientes com DM2 no Sistema Único de Saúde.
Métodos
Uma busca sistemática foi realizada para ensaios clínicos randomizados (ECR) publicados até abril de 2021 relatando a incidência do desfecho composto de morte cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal e acidente vascular cerebral (MACE) para pioglitazona (PIO), agonistas do receptor do peptídeo 1 do tipo glucagon (arGLP-1) ou inibidores do cotransportador-2 de sódio-glicose (iSGLT2). Com base no conjunto de dados de duas grandes coortes nacionais de DM2, desenvolvemos um modelo de Markov multiestado para estimar os resultados para cada tratamento com base na razão custo-efetividade incremental (RCEI) e no ganho de anos de vida ajustados à doença [DALYs] por dólar gastos projetados ao longo de um horizonte de vida usando uma taxa de desconto anual de 5%.
Resultados
Um total de 157 ECR incluindo 267.508 pacientes e 176 braços ativos foram considerados. Comparado com sulfonilureias (SU), iSGLT2, arGLP-1 e PIO reduziram o risco relativo de MACE não fatal com HR de 0,81 (IC 95% 0,69 a 0,96, p=0,011), 0,79 (IC 95% 0,67 a 0,94, p= 0,0039) e 0,73 (IC 95% 0,59 a 0,91, p=0,0057), respectivamente. A PIO resultou em eficácia incremental de 0,2339 DALYs por paciente, a um custo incremental médio de US$ 1.660 e um custo incremental de US$ 7.082 (IC 95%: 4.521; 10.770) por DALY ganho, quando comparado ao tratamento padrão. A adição de iSGLT2 ou arGLP-1 levou a uma eficácia incremental mais evidente (0,261 e 0,259, respectivamente), mas os custos incrementais dessas terapias levaram a RCEIs mais altos [US$ 12.061 (IC 95%: 7.227; 18.121) e US$ 29.119 (95% IC: 23.811; 35.367) por DALY ganho, respectivamente]. Em comparação com iSGLT2 e arGLP-1, a PIO teve a maior probabilidade de ser custo-efetiva com base no limite máximo estimado de disposição a pagar.
Conclusões
As três terapias apresentam eficácia semelhante na redução de eventos cardiovasculares. Em um país de renda média, a PIO apresenta maior probabilidade de ser custo-efetiva seguida pelo iSGLT2 e depois pelo arGLP-1.
Palavras-chave
Diabetes tipo 2; Doença cardiovascular; Medicamentos antidiabéticos; Custo-efetividade.
Área
Pesquisa Clínica
Instituições
Instituto Aramari Apo - Distrito Federal - Brasil
Autores
ANA CLAUDIA CAVALCANTE NOGUEIRA, Joaquim Barreto Antunes, Beatriz Luchiari, Isabella Bonilha , Luiz Sergio Fernandes Carvalho, Andrei Carvalho Sposito