XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

ESTUDO SOBRE O METABOLISMO DE LIPIDES EM MARATONISTAS COM E SEM DISLIPIDEMIA

Introdução

A prática de exercícios físicos é recomendada em todas as diretrizes com objetivo de redução do risco cardiovascular. Um dos mecanismos associado à esse benefício é a elevação do HDL-c. Maratonistas, a despeito da alta carga de atividade física e dos altos níveis de HDL-c, apresentam maior número de placas coronarianas, o que sugere maior risco cardiovascular. Uma hipótese para essa alteração seria que a elevação do HDL-c nesse contexto se daria por partículas disfuncionais, o que é o objeto desse estudo.

Métodos

Para explorar a funcionalidade da HDL, selecionamos voluntários 50 divididos em 4 grupos: maratonistas com e sem dislipidemia, sedentários com e sem dislipidemia (figura). Nesses indivíduos realizamos o perfil lipídico por meio de kits comerciais, atividade da PON1 por leitor de microplaca, reatividade vascular e transferência de lípides, analisada através incubação de plasma do indivíduo com uma nanopartícula artificial contendo colesterol livre e esterificado marcados, sendo realizada a leitura após precipitação química. Esses resultados são expressos em porcentagem.

Resultados

Quanto às características clínicas, todos indivíduos eram do sexo masculino, sendo os maratonistas com dislipidemia mais velhos (45 anos) e os maratonistas sem dislipidemia com menor IMC (23,5 ± 2,7 kg/m²). Conforme esperado, os grupos de maratonistas apresentam elevação de HDL-c em relação aos sedentários e os grupos com dislipidemia apresentam maior LDL-c. A reatividade vascular apresenta tendência de superioridade nos atletas (5,2% - 2,0;10,6) quando comparado aos sedentários (2,3% - 0,2-9,4). Já em relação à PON1 não foram observadas diferenças estatísticas. Sobre a transferência de lípides, observamos maior transferência do colesterol esterificado no grupo dos sedentários com dislipidemia (3,3 ± 0,1) quando comparado aos sedentários sem dislipidemia (2,8 ± 0,1), sem outras diferenças estatísticas (tabela). Observou-se correlação entre a Apolipoproteína A1 e ambas as transferências de colesterol, livre e esterificado (p 0,001 e 0,03, respectivamente)

Conclusões

Os dados obtidos pelo presente estudo demonstraram que não houve diferenças significativas na funcionalidade HDL-colesterol entre os maratonistas e o grupo controle. Os valores de ApoA1 estão associados com a transferência do colesterol e são um marcador de funcionalidade da HDL.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

Incor HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

THAIZ CAROLINA COLOGNESE BOLDRIN, Henrique Trombini Pinesi, Fátima Rodrigues Freitas, Pedro Senger, Thiago de Assis Fischer Ramos, Fabio Grunspun Pitta, Raul Cavalcante Maranhao, Carlos Vicente Serrano Junior, Fabiana Hanna Rached