Dados do Trabalho
Título
ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA HOSPITALIZAÇAO E MORTALIDADE POR ATEROSCLEROSE NA REGIAO SUDESTE COMPARADA AO BRASIL EM 10 ANOS
Introdução
A aterosclerose é uma doença inflamatória multifatorial, que ocorre em resposta à agressão endotelial e resulta em acometimento especial da camada íntima de artérias de médio e grande calibre e gênese de ateromas, os quais durante o crescimento ou com a ruptura podem levar à redução ou interrupção do fluxo sanguíneo. Ademais, dislipidemia, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus e sedentarismo são os principais fatores de risco e isquemia, especialmente em coração e encéfalo, e aneurisma, sobretudo na aorta abdominal, são relevantes complicações.
Métodos
Estudo observacional descritivo entre janeiro de 2013 e dezembro de 2022, por meio da análise de dados de aterosclerose (I70 – CID-10) coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, com as variáveis: internações, faixa etária, sexo, raça e taxa de mortalidade. Utilizou-se análise estatística descritiva e inferencial para comparação entre os períodos 2013-2014 e 2021-2022 com nível de significância de 5%.
Resultados
A região Sudeste apresentou 104.749 internações por aterosclerose (10.474 pacientes/ano; ± 2.356), representando a maior parcela (47,81%) entre as regiões. A faixa etária mais acometida do país (32,31%) e região (33,30%) foi 60 a 69 anos. O sexo masculino foi o mais atingido no país (55,90%) e Sudeste (56,52%). Quanto à raça, no país, branca (38,63%) e parda (33,81%) representaram a maioria, enquanto, no Sudeste, branca representou 39,71% e parda 36,03%. Considerando os períodos 2013-2014 e 2021-2022, observou-se aumento de 82,14% no número de internações por aterosclerose (p = 0,003). Quanto à taxa de mortalidade, no Sudeste (4,01), a taxa média foi maior que no Brasil (3,84). Especificamente no Sudeste, 80 anos ou mais representa a faixa etária mais atingida (10,06); a maior e a menor taxa na mesma faixa se encontram no Nordeste (10,44) e Sul (7,07). Apesar das internações serem maiores no sexo masculino (3,66), no Sudeste, a maior taxa corresponde ao feminino (4,47); o Nordeste apresenta maiores mortalidades feminina (4,90) e masculina (4,12). Relativo à raça, no Sudeste, branca demonstrou a maior taxa (4,12), seguida pela preta (3,44) e parda (3,27); no país, a maior e a menor taxa média corresponde à parda (3,84) e indígena (2,94).
Conclusões
Examinando o Sudeste como líder em internações e o padrão ascendente, imperam campanhas populacionais de combate, controle, prevenção e orientação mais eficientes e torna-se relevante uma abordagem mais holística nas populações branca, preta, parda e feminina, visando à redução da alta taxa de mortalidade vigente e persistentemente acima da média do Brasil.
Palavras-chave
aterosclerose; epidemiologia; hospitalização; mortalidade; Brasil.
Área
Pesquisa Básica
Instituições
Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - Minas Gerais - Brasil
Autores
GLEISON CARLOS ARANTES FILHO