Dados do Trabalho
Título
Divertículo de Kommerell como causa de vômitos persistentes - Relato de Caso
Introdução e/ou Fundamentos
O divertículo de Kommerell é uma anomalia da artéria subclávia que se origina da aorta torácica descendente do arco à esquerda e associada à persistência de remanescente da aorta dorsal direita. É no divertículo que a anomalia da artéria subclávia direita se origina. Na formação embriológica, seis pares de arcos aórticos se desenvolvem em diferentes fases da organogênese. Se o quarto arco esquerdo desaparecer e a direita persiste, desenvolve-se um arco aórtico direito. Sintomas respiratórios são mais comuns em crianças devido à ausência de rigidez traqueal observada em adultos. Já nestes últimos, os sintomas são disfagia, tosse, rouquidão, dor torácica ou pressão arterial diferente nos membros superiores. Essa anomalia vascular com divertículo pode também se manifestar com síncope devido à síndrome de roubo de fluxo da subclávia esquerda e insuficiência vertebrobasilar.
Relato do Caso
Neste trabalho, relata-se o caso de menor, sexo masculino, em investigação desde os seis anos de idade de episódios de vômitos pós alimentares persistentes com prejuízo no ganho ponderal. Após diversas terapias e implementação com fórmulas hipercalóricas sem sucesso, foi realizada investigação por método de imagens onde apresentou: raio x de tórax, sem anormalidades, ecocardiograma transtorácico sem alterações intracardíacas e visualizado arco aórtico à direita. radiografia contrastada para avaliar o trânsito esofágico, onde foi visualizada compressão extrínseca na parede posterior no segmento proximal, devido a artéria subclávia esquerda anômala. Concluiu a investigação anatômica com tomografia de tórax que revelou arco aórtico à direita e artéria subclávia esquerda com origem retroesofágica e dilatação do terço proximal (divertículo de Kommerell). O tratamento desta anomalia é cirúrgico sendo as principais indicações os sintomas compressivos esofágicos ou traqueais graves. As complicações neurológicas incluíram paralisia do nervo recorrente esquerdo e síndrome de Horner. A imagem pré-operatória cuidadosa e a consideração da anatomia individual no planejamento cirúrgico são essenciais para um resultado bem-sucedido.
Conclusões
O diagnóstico diferencial inclui doenças que cursam com disfagia e dispnéia, como anéis vasculares, malignidades, doença do refluxo esofágico e átrio esquerdo dilatado. As melhores modalidades diagnósticas são tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) porque podem identificar a anomalia vascular e sua relação com os órgãos circundantes.
Área
Relato de caso
Autores
Gessianni Claire Alves De Souza, Luziene Alencar Bonates dos Santos, Renata Avilla Cintra, Barbara Elaine Paiva Felizardo, Raíssa Pordeus Leite Fernandes