27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

TERATOMA INTRAPERICÁRDICO COMO CAUSA DE HIDROPSIA FETAL: RARO CASO DE TUMOR EXTRACARDIACO

Introdução e/ou Fundamentos

Os teratomas intrapericárdicos fetais são raros e benignos, representam 10% dos tumores mediastinais de pacientes pediátricos e cerca de incidência de 0,15%–0,2% em série de autópsias. Eles tendem a crescer rapidamente entre a 20ª e a 40ª semana de gravidez. Sinais de desconforto respiratório, cianose, obstrução da veia cava superior ou tamponamento cardíaco devem levantar suspeita. Além disso, podem ser fatais devido aos derrames pericárdicos maciços, tamponamento ou desconforto cardiorrespiratório grave. O ECO é a modalidade diagnóstica padrão-ouro para teratomas intrapericárdicos, mas a ressonância magnética pode ser útil para delinear as relações entre o tumor e as estruturas adjacentes. A cirurgia deve ser precoce para evitar evolução com insuficiência cardíaca. Procedimentos pré natais como a derivação pericardio-amniótica pré natal garante a drenagem contínua dos derrames pericárdicos, evita pericardiocentese repetida e permite a expansão pulmonar.  A ressecção intraútero também é descrita com bons resultados. Há relato baixas taxas de recorrência e taxa de sobrevivência dos pacientes não hidrópicos é melhor do que a dos hidrópicos.  

Relato do Caso

Recém nascido prematuro com diagnóstico de tumor intrapericárdico associado a hidropsia fetal (derrame pericárdico, derrame pleural e ascite) ao nascimento. Nasceu de parto cesárea e apresentou hipóxia perinatal. O ecocardiograma mostrava tumor intrapericárdico heterogênio sem obstrução. Aos três dias de vida realizou tomografia de tórax que evidenciou  extensa formação expansiva sólida com áreas de vascularização, ocupando o mediastino superior e anterior, com sinais de compressão extrínseca das câmaras cardíacas direitas, desvio para esquerda de estruturas vasculares mediastinais com compressão da aorta ascendente e desvio para direita da traquéia. Na primeira semana de vida evoluiu com edema em face e região torácica (síndrome compressiva pela massa tumoral)  associado à congestão pulmonar. Aos oito dias de vida foi submetido a ressecção do tumor sem intercorrências técnicas.  Confirmado diagnóstico teratoma imaturo de alto grau pelo laudo histopatológico. Menor segue em acompanhamento no nosso serviço, após 1 ano e 6 meses, com bom desenvolvimento neuropsicomotor e sem disfunção cardíaca nem sinais de recidiva da tumoração.

Conclusões

Concluimos que a imagem é importante para o diagnóstico e a cirurgia precoce é desejada para evitar quadros de insuficiencia cardíaca e complicações hemodinâmicas. 

Área

Relato de caso

Autores

Gessianni Claire Alves de Souza, Luziene Alencar Bonates dos Santos, Barbara Elaine Paiva Felizardo, Raissa Pordeus Leite Fernandes, Renata Avilla Cintra, Patricia Eduardo Teles Correia