Dados do Trabalho
Título
DUPLO ARCO AÓRTICO: DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL E EVOLUÇÃO PÓS NATAL
Introdução e/ou Fundamentos
O diagnóstico pré-natal das alterações de arco aórtico é sempre desafiador para o ecocardiografista fetal. Muitas vezes, a confirmação diagnóstica só é possível com exames realizados após o nascimento como, por exemplo, a angiotomografia de tórax. Este trabalho objetiva descrever 3 casos de duplo arco aórtico sem repercussão no período neonatal.
Relato do Caso
No período de março a maio de 2022, três gestantes tiveram diagnóstico fetal de duplo arco aórtico através de ecodopplercardiograma fetal e encaminhadas para acompanhamento em nossa unidade de medicina fetal. Dois bebês nasceram a termo, sem necessidade de manobras de reanimação e um nasceu prematuro tardio com necessidade de pressão positiva contínua nas vias aéreas ao nascimento devido a desconforto respiratório precoce. Os mesmos tiveram complementação diagnóstica pós natal com ecodopplercardiograma ou angiotomografia, confirmando o diagnóstico fetal. Nos três casos, o arco dominante era o direito e não havia sinais obstrutivos traqueais e/ou esofágicos. Os pacientes não apresentaram intercorrências relacionadas à alteração anatômica, com alta hospitalar breve e orientação de manter acompanhamento com cardiologista pediátrico para avaliar possíveis repercussões futuras.
Conclusões
Os anéis vasculares representam 1-2% dos casos de cardiopatias congênitas. Eles ocorrem devido a uma alteração no desenvolvimento embriológico vascular dos pares de arcos aórticos, com persistência do ramo direito do quarto arco, que dá origem ao arco aórtico à direita, constituindo o duplo arco aórtico. Em 75% dos casos, o arco aórtico direito é o dominante, como o dos 3 pacientes descritos. Pode ocorrer compressão traqueal ocasionada pelo arco aórtico direito e compressão esofágica pela aorta descendente, porém é raro, sendo a maior parte dos pacientes assintomáticos e minoria deles com sintomas que podem variar desde vagos até exuberantes. Em casos selecionados e sintomáticos, a intervenção cirúrgica é indicada.
Área
Relato de caso
Autores
Júlia Merladete Fraga, Milena Bancer Gabe, Adriane Mara Lima, Tulio Enrique Carriazo Galindo, Alberto Villanova Fin, Carolina Reiser, Livia da Rosa Pauletto, Marcelo Brandão da Silva