Dados do Trabalho

Título

Desenvolvimento de modelos de cardiopatias congênitas em impressão 3D – avaliação no potencial de ensino da cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica

Introdução e/ou Fundamentos

A dificuldade de visualização espacial é um dos principais obstáculos na compreensão das cardiopatias congênitas e a maior parte das ferramentas educacionais tradicionais são deficitárias em promover o entendimento tridimensional (3D). A utilização de modelos 3D tem o potencial de criar oportunidades de aprendizagem e está associada a melhores resultados na retenção de conhecimento. Esse estudo objetivou a criação de um box educacional com peças impressas em 3D representativos das cardiopatias congênitas frequentes.

Métodos

Modelos em impressão 3D foram desenvolvidos a partir de exames de angiotomografia cardíaca e ecocardiografia transtorácica. O processo de prototipagem seguiu as etapas de seleção de imagens, segmentação, edição digital, fatiamento, impressão 3D e avaliação pela equipe de especialistas em cardiopediatria. Esse grupo respondeu a um questionário estruturado tipo Likert com perguntas relacionadas aos protótipos, o potencial educacional e uma seção dissertativa. Foram utilizados softwares gratuitos em todas as fases do trabalho.

Resultados e Conclusões

Foram desenvolvidos 12 modelos de cardiopatias congênitas impressos em 3D: comunicação interventricular com persistência do canal arterial (PCA), comunicação interatrial com PCA, tetralogia de Fallot, transposição de grandes artérias com PCA, defeito do septo atrioventricular total (figura 1), coarctação de aorta com PCA, síndrome do coração esquerdo hipoplásico, atresia tricúspide, atresia pulmonar, conexão anômala total de veias pulmonares (figura 2), truncus arteriosus e interrupção de arco aórtico. Cem porcento dos especialistas concordam totalmente ou parcialmente que os protótipos são “fidedignos à anatomia da doença”, “visualmente agradáveis” e “fáceis de manipular” e 96% concordam totalmente que os modelos são capazes de motivar o estudo das cardiopatias congênitas. Os avaliadores acreditam que os modelos podem ser coadjuvantes na educação de “cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares” (100%), “profissionais da equipe interdisciplinar” (96%), “familiares e responsáveis pelas crianças” (92%) e “estudantes de graduação em saúde” (81%). Foram relatadas dificuldades relacionadas à visibilização de estruturas intracardíacas e ao tamanho reduzido das peças. Utilizando metodologia gratuita e reprodutível, foram desenvolvidos modelos de cardiopatias congênitas impressos em 3D (figura 3) com potencial coadjuvante na educação e ensino em cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica.

Palavras Chave

Cardiologia pediátrica, impressão 3D