27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Suporte de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) em crianças com síndrome respiratória aguda grave por coronavírus-2019

Introdução e/ou Fundamentos

Fundamentação teórica: A pandemia pelo SARS-CoV-2 foi responsável por milhares de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) com elevada mortalidade secundaria à falência respiratória. A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) tem se mostrado uma terapia eficaz no tratamento de insuficiência respiratória refratária a terapêutica convencional de diferentes etiologias, tendo sido utilizada no tratamento de COVID-19 com Síndrome do desconforto respiratório agudo grave (SDRA).   Objetivo: relatar uma série de oito casos de pacientes menores de 18 anos,  com SRAG por infecção por SARS-CoV-2 que receberam suporte de ECMO devido à insuficiência respiratória hipoxêmica refratária à terapêutica convencional

Métodos

Metodologia:  Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Dados sociodemográficos, clínicos, laboratoriais e da ECMO foram coletados por revisão dos prontuários dos pacientes que foram admitidos em duas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará entre 1º de março de 2020 e 30 de junho de 2022 para suporte circulatorio mecanico devido a SDRA secundario a COVID-19.

Resultados e Conclusões

Resultados: A mediana de idade foi de 2 anos (0,4 – 16 anos). 62,5 % eram do sexo masculino e o peso variou entre 10 a 110 kg(mediana 43 kg). O tempo médio entre o início da ventilação mecânica e o início da assistência circulatória foi de 5,5 dias (1 a 13 dias). Dois pacientes apresentaram co-infecção com outros vírus (vírus sincicial respiratório e influenza A). A ECMO do tipo venoarterial foi utilizada em 6 pacientes (75 %), devido à falta de cânulas venosas adequadas para idade. O tempo médio de duração da assistência circulatória e de ventilação mecânica foi de 12,5 dias (6 a 27 dias) e de 24,6 dias (14 a 42 dias ), respectivamente. Seis crianças (75 %) foram decanuladas com sucesso e cinco tiveram alta hospitalar.  Das três crianças que evoluíram ao óbito, um caso ocorreu no decimo terceiro dia de suporte por disfunção de múltiplos órgãos e sistemas; o segundo, devido a um acidente vascular cerebral hemorrágico extenso no 6 dia da ECMO e o terceiro, em uma criança que ficou em assistência circulatória por 27 dias evoluindo com choque séptico  9 dias após retirada de suporte. Conclusão: A ECMO mostrou-se uma terapêutica viável para crianças com SDRA secundaria ao COVID-19.

Palavras Chave

COVID-19, Oxigenação por Membrana Extracorpórea, Síndrome de Desconforto Respiratório Pediátrico

Área

Terapia intensiva cardíaca pediátrica

Instituições

Hospital de Messejana - Ceará - Brasil, Hospital Regional da Unimed - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Candice Torres de Melo Bezerra Cavalcante, Klebia Magalhães Pereira Castello Branco, Valdester Cavalcante Pinto Júnior, Emanoel Pimentel Cruz, Andrea Consuelo de Oliveira Teles, Raimunda Selma Antero Sousa Onofre, Pedro Emanuel Barros Tavares, Francisca Sayman de Sousa Martins, Márcia Degobi Souza Fiuza