Dados do Trabalho
Título
Controle autonômico cardiovascular e capacidade funcional em pacientes com fisiologia univentricular no período pós-operatório tardio da cirurgia de Fontan.
Introdução e/ou Fundamentos
A cirurgia de Fontan, a qual é utilizada no tratamento de cardiopatias congênitas complexas com ventrículo único anatômico ou funcional exclui o ventrículo subpulmonar do sistema circulatório, criando uma circulação do tipo univentricular, que por consequência reduz o débito cardíaco. Adequado controle neurovascular contribui para uma melhor redistribuição do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, no entanto, por mecanismos adaptativos decorrentes dessa mudança na fisiologia, esse sistema pode estar comprometido. O objetivo desse estudo é comparar variáveis do controle autonômico cardiovascular e de capacidade funcional de pacientes submetidos à cirurgia de Fontan com 5 anos ou mais de evolução pós-operatória com indivíduos saudáveis.
Métodos
Estudo transversal, tipo caso-controle. Foram incluídos 42 pacientes no grupo Fontan (GF) e 26 indivíduos saudáveis no grupo controle (GC). Foram realizados: teste cardiopulmonar para mensuração da capacidade funcional; dados hemodinâmicos de pressão arterial sistólica, diastólica e média, batimento a batimento, coletados por meio do Finometer, atividade nervosa simpática muscular avaliada pela microneurografia, fluxo sanguíneo muscular por pletismografia de oclusão venosa, volume muscular por ressonância magnética da coxa e qualidade de vida pelo questionário SF-36. Registro eletrocardiográfico e curvas de pressão arterial foram utilizadas para mensurar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da PA para determinar o barorreflexo espontâneo. Realizada análise descritiva e comparativa de dados demográficos, clínicos e funcionais entre os grupos.
Resultados e Conclusões
Pacientes com função ventricular preservada, em boas condições cirúrgicas apresentam menor capacidade funcional comparada aos controles saudáveis, bem como aumento da atividade nervosa simpática muscular, redução fluxo sanguíneo periférico e diminuição da área da musculatiura da coxa e força muscular, conforme observado na Tabela 1. Houve também redução da VFC e sensibilidade barorreflexa no grupo Fontan comparado ao grupo controle (Tabela 2). Concluímos que, mesmo pacientes com boa evolução clínico e cirúrgica a longo prazo, sem complicações e com função ventricular preservada apresentam pior controle autonômico e menor capacidade funcional quando comparados aos seus pares saudáveis, sendo avaliados por diferentes métodos funcionais.
Palavras Chave
Fontan, variabilidade da frequencia cardíaca, capacidade funcional, controle autonômico
Área
Cardiopatia congênita do adulto
Autores
Aida Luiza Ribeiro Luiza Ribeiro Turquetto, Bruno Nascimento, Daniela Regina Agostinho, Melissa Ligeiro, Maria Angelica Binotto, Luciana Patrick Amato, Marcelo Biscegli Jatene