Dados do Trabalho
Título
Perfil de religiosidade, espiritualidade e seus aspectos sócios demográficos no ambulatório de Cardiogeriatria do InCor do Hospital das Clínicas da FMUSP
Introdução e/ou fundamentos
A prática religiosa e espiritual pode ser um fator coadjuvante para a prevenção e melhor aderência ao tratamento das doenças cardiovasculares na população idosa.
Métodos
O grau de espiritualidade foi avaliado pela Escala de Religiosidade de Duke (P DUREL), que avalia as dimensões da religiosidade: organizacional (RO), não organizacional (RNO), e intrínseca (RI). O teste de Mann-Whitney, teste Exato de Fisher e o teste Qui-Quadrado foram utilizados para as análises estatísticas. A associação entre o grau de espiritualidade com as variáveis sócio-demográficas e fatores de risco cardiovascular foi utilizada o coeficiente de correlação de Spearman e o teste de Somers’D.
Resultados
Dos 190 pacientes, idade média de 79+/- 6 anos, 64% eram do sexo feminino. A pontuação média de RNO (1.8+/-1.2) e RI (4.2+/-2.4) sugere um grau de espiritualidade elevado, com diferença estatística em relação ao sexo feminino somente na RI (p=0.01). Em relação à religião, 69% se declararam católicos e apresentaram menor RNO em relação aos evangélicos/protestantes (p=0.0001). Os pacientes tabagistas (17,9%) apresentaram menor grau de RO e RI (p=0.039 e 0.041, respectivamente) e os pacientes sedentários menor grau de RO (p=0.022).
Discussão
Avaliou-se o perfil de religiosidade ambulatoriamente em idosos e sua associação com aspectos sócio-demográficos e fatores de risco com doença cardiovascular. Grau de espiritualidade elevado com manifestação mais forte nas mulheres no domínio da religiosidade intrínseca no grupo de baixa escolaridade. Na associação entre o grau de espiritualidade e determinações religiosas os católicos tiveram menor religiosidade organizacional comparado aos evangélicos. Em relação aos fatores de risco houve menor grau de espiritualidade entre tabagistas e sedentários. Isso ressalta a importância da religião na promoção de saúde dos frequentadores dos cultos, educando-os para terem hábitos saudáveis. Pacientes com angina instável tinham maior religiosidade não organizacional e intrínseca, ou seja, não frequentavam os seus cultos por limitação física da doença cardiovascular, mas praticavam suas religiões nos seus domicílios.
Conclusões
O grau de espiritualidade foi elevado entre os grandes idosos acompanhados no ambulatório de Cardiogeriatria do InCor independente da faixa etária e sexo, porém, com manifestação mais forte nas mulheres no domínio da religiosidade intrínseca e nos evangélicos no domínio organizacional. Os tabagistas e sedentários apresentaram uma menor religiosidade no domínio organizacional.
Área
Temas Livres
Instituições
InCor - São Paulo - Brasil
Autores
RAPHAELA TEREZA BRIGOLIN GAROFO, Solange de Sousa Andrade, Roque Marcos Savioli, Wilson Jacob Filho, Angela Bampi