Dados do Trabalho


Título

Os efeitos do manejo moderno na mortalidade por infarto agudo do miocárdio em pacientes com mais de 60 anos na região sul do Brasil entre 2008 e 2021

Introdução e/ou fundamentos

Com a idade, o conteúdo de fosfolipídio das plaquetas muda, a atividade das plaquetas e as citocinas inflamatórias circulantes aumentam, apoiando a patogenia da síndrome coronariana aguda (SCA) (1). Essa variação ajuda a formação de placas que podem romper, isquemiar e lesar o miocárdio, levando ao infarto agudo (IAM). Além disso, idosos com SCA em geral têm maior prevalência de hipertensão arterial, diabetes melito, IAM prévio, angina, doença vascular periférica, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca (1). Esses traços propiciam o IAM, e, por isso, os idosos merecem uma atenção especial para prevenção de eventos futuros. Este trabalho avalia a incidência de IAM em pacientes com mais de 60 anos na região sul do Brasil, no período de 2008 a 2021, e o impacto do manejo moderno na queda da mortalidade pela doença.

Métodos

Estudo observacional transversal retrospectivo com base nos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) publicados entre 2008 e 2021.

Resultados

Consoante aos dados do sistema DATASUS, na Região Sul do país, de 2008 a 2021 ocorreram 163.381 internações e 23.275 óbitos por IAM. Perto de 38,7% (63.231) das internações ocorreram entre 2008 e 2014 e 61,3% (100.150) de 2015 a 2021. Quanto aos óbitos, 44,6% (10.377) foram no primeiro período e 55,4% (12.898) no segundo. Atenta-se que, na faixa etária sondada, opondo-se os dois períodos, 2008 a 2014 e 2015 a 2021, as internações cresceram 58,4%, mas os óbitos só 24,3%. Se o aumento nas mortes fosse proporcionalmente às internações, os óbitos elevariam-se em cerca de 3.539.

Discussão

Ultimamente, uma gama de medicações foi incluída para o manejo do IAM (2-3). O tratamento clínico otimizado, que se refere não só ao uso de fármacos, mas também a mudanças de estilo de vida, é a base do cuidado destes pacientes (4). Ainda, estudos mostram que o uso de protocolos de conduta ampliou a adesão às indicações nacionais e internacionais e suscitou queda nas mortes (5). Isto é, cada vez mais o cuidado evolui e isso impacta no aumento da sobrevida dos pacientes, em especial a do idoso.

Conclusões

Posto isto, é notório os efeitos dos avanços no tratamento na redução da mortalidade por IAM nos últimos anos. Isso ocorre devido a um manejo amplo, não apenas medicamentoso, mas também na mudança dos hábitos de vida. Logo, a inclusão de protocolos mais eficazes e a qualificação profissional, voltada ao tratamento clínico otimizado, são cruciais para reduzir a propensão ao IAM e elevar a sobrevida dos pacientes.

Palavras chave

Infarto; Idoso; Incidência; Mortalidade;

Área

Temas Livres

Autores

FRANCISCO JUNIOR LUNELLI, JÚLIA GIONGO PETRERE, TOBIAS SATO DE ALMEIDA