Dados do Trabalho


Título

Análise da situação de saúde dos idosos usuários de uma política municipal de atividades físicas

Introdução e/ou fundamentos

Políticas públicas intersetoriais em saúde têm potencial destacado a redução da carga global de doença e otimização de recursos tanto financeiros quanto humanos. O objetivo deste estudo foi analisar a situação de saúde de usuários, idosos, de uma política municipal de atividades físicas.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal censitário no nível dos centros (N dos dispositivos comunitários=11), que disponibilizam práticas de movimentos corporais e outros, subsidiados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS. A ponderação pelo total de usuários por centro foi realizada para amostragem. Os dados foram coletados no território adscrito dos usuários (04/2018-02/2019) para a condução de inquérito de saúde auto-aplicado e avaliação funcional; em outro momento, compareceram a um centro de pesquisa para coleta de série laboratorial.

Resultados

351 usuários (70±6 anos, 82,1% M) foram incluídos e analisados. Os fatores de risco CVD mais prevalentes relatados foram hipertensão (49,3%) e dislipidemia (54,2%). Das morbidades, 14,3% possuíam alguma doença CVD - angina estável (20%), IAM prévio (20%) e insuficiência cardíaca (18%); 29,6% relataram ter artrite/reumatismo, 18,6% transtornos depressivos e 14,6% neoplasias - mama a mais prevalente (36,9%). De forma importante, 14,3% relataram quedas com necessidade de atendimento nos últimos 12 meses. Por outro lado, ~80% classificaram sua saúde pelo menos como boa. A capacidade funcional também alcançou bons parâmetros - no TC6, 498±78,9m; para a força de preensão manual, 27,1±8,1 kg/F. A frequência de prática de atividades físicas foi de 3 (2-4) dias - 49% aderentes há pelo menos 10 anos.

Discussão

Nossos achados trazem a importância de inserção de políticas interssetoriais para a redução de fatores de risco cardiovasculares e outros, amplificando as dimensões de territorialidade, com equipe multiprofissional para a promoção da saúde em espaços públicos, particularmente em vulnerabilidade, como no manejo de idosos. Salienta-se outro tipo de matriciamento, uma vez que neste programa não há inserção direta do SUS em relação ao financiamento, equipe ou plano municipal de saúde, retroalimentando a força da política interssetorial para atingir o setor saúde e melhorar a vida da população. 

Conclusões

Idosos usuários de um programa público de promoção e prevenção em saúde possuem bom perfil de saúde, doenças e fatores de risco CVD. Gestores em diferentes níveis de governança devem toma-la como base para a garantia de direitos fundamentais tão importantes como o da saúde.  

Palavras chave

Idosos, Atividade Física, Política Pública, Cardiologia, Promoção da Saúde, Prevenção em Saúde.

Área

Temas Livres

Instituições

Diretoria de Pesquisa, Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil, Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde, Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil, LADD, Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil, Programa de Pós-Graduação em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, UFRGS - Rio Grande do Sul - Brasil, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, UFRGS - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

LUCAS HELAL, Norton Luis Oliveira, Leandro dos Santos, Lucinéia Orsolin Pfeifer, Angélica Trevisan De Nardi, Larissa Xavier Neves Da Silva, Cintia Ehlers Botton, Fernando Matos Dourado