Dados do Trabalho
Título
Impacto da pandemia de COVID-19 na mortalidade da população geriátrica por infarto agudo do miocárdio no Rio Grande do Sul e Brasil
Introdução e/ou fundamentos
As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por cerca de um terço dos óbitos no Brasil. Apesar da redução da taxa de mortalidade por idade entre 2000 e 2011 o número absoluto de óbitos aumenta anualmente. Na população geriátrica não é diferente; foi correlacionada a presença de DCV com faixas etárias mais elevadas no período entre 2000 e 2010 com prevalências de 17,9% e 22,9%, respectivamente. Em 2020, na pandemia de COVID-19 um serviço de saúde teve redução de 52% no volume de atendimentos comparado a 2019. Tal redução na procura por atendimento pode ter contribuído para a concomitante redução de 40% no número de internações de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA).Este estudo tem como objetivo analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na mortalidade da população geriátrica por infarto agudo do miocárdio (IAM) no RS e no Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico realizado com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A população de estudo abrange os óbitos por IAM (CID10 121) no RS e Brasil nos anos de 2019 e 2020. Foram coletados dados de óbitos por ocorrência por mês do óbito por faixas etárias e calculadas as diferenças percentuais entre os óbitos de 2020 em relação a 2019. Os dados foram digitados e calculados no Excel.
Resultados
No Rio Grande do Sul foi observada uma redução de 3,2% nas mortes da população geriátrica por IAM no ano de 2020 em comparação com 2019. Quando analisadas por faixas etárias a redução chagou a 13,8% entre idosos de 75 a 79 anos e apenas na faixa etária de 80 anos ou mais foi observado um aumento, de 6,9%. No Brasil a redução foi de 4,6% em 2020 em relação a 2019 e também teve diferenças nas faixas etárias, com 9,2% entre os idosos de 75 a 79 anos e 2,4% na população entre 70 e 74 anos.
Discussão
Assim como foi observada uma redução dos atendimentos em 2020 e consequente redução das internações por SCA, também observamos uma redução do registro de mortalidade por IAM nesse ano. Nesse contexto, é pertinente observar também o aumento dos óbitos domiciliares por IAM, que tiveram acréscimo de 15,59% e podem ter contribuído para essa redução no registro.
Conclusões
Apesar de haver um aumento anual do número de óbitos por DCV e entre elas o IAM, no ano de 2020 observamos uma redução da mortalidade por esta doença. A hipótese para essa redução do número de mortes é pela redução da procura por atendimento e consequente redução do diagnóstico de IAM no período analisado.
Palavras chave
Infarto do miocárdio; COVID-19; Registros de mortalidade.
Área
Temas Livres
Instituições
UFFS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
VITOR MIGUEL RIBEIRO SOARES SANTOS, Renata dos Santos Rabello