Dados do Trabalho
Título
Anticoagulação oral com varfarina em idosos: ainda é possível?
Introdução e/ou fundamentos
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais frequente na prática clínica. Nos pacientes idosos, a prevalência da FA é estimada em 8%, mostrando a relação dessa arritmia com o envelhecimento. A FA é importante causa de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e de outros eventos tromboembólicos. Assim, a anticoagulação oral (ACO) é uma medida importante para reduzir o risco de AVCi. Este estudo teve como objetivo revisar a terapia de ACO com varfarina em pacientes idosos com diagnóstico de FA, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria.
Métodos
Estudo observacional transversal, a partir da análise de prontuários, incluindo pacientes com 70 anos ou mais, com diagnóstico de FA, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria, realizado no período de setembro de 2020 a abril de 2021. Foram avaliados o risco para tromboembolismo pelo escore CHA2DS2VASc e o risco de sangramento pelo escore HASBLED, anteriormente calculados, e identificadas as principais causas da não prescrição de ACO. Considerou-se que o paciente apresentava adequado controle da anticoagulação quando o tempo na faixa terapêutica (TTR) era maior que 60% (método de Rosendaal). As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média, desvio padrão e gráficos.
Resultados
Dos 221 pacientes com diagnóstico de FA avaliados, 204 (92%) recebiam tratamento com ACO (varfarina), idade média 79,5 anos (+ 5), 56% dos quais eram mulheres, CHA2DS2VASc médio de 3,6 (+ 1,15) e HASBLED médio de 2,7 (+ 0,9), e TTR médio de 52,7% (+ 18%). As principais causas de não prescrição de ACO foram: vulnerabilidade sócio-econômicas e labilidade de INR. Deste modo, 17 pacientes (8%) não recebiam ACO, destes 3 haviam submetidos a oclusão de apêndice atrial esquerdo.
Discussão
A população idosa muito se beneficia com a prevenção de AVCi com ACO, em termos de manutenção de funcionalidade e qualidade de vida. No presente estudo, pacientes idosos com FA e alto risco para eventos tromboembólicos apresentaram alta taxa de anticoagulação, apesar de TTR médio abaixo do ideal, e apenas 8% de não prescrição.
Conclusões
Deste modo, pode-se concluir que o emprego da anticoagulação oral com varfarina neste população é possível de ser realizado e conta com bons resultados.
Área
Temas Livres
Instituições
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - São Paulo - Brasil
Autores
LIVIA DA MATA LARA, Carolina Maria Nogueira Pinto, Neire Niara Ferreira de Araujo, Newton Luiz Russi Callegari, Ana Gabriela de Souza Caldas, Maria Aparecida Barbosa dos Santos Castilho , Cláudia Felicia Gravina, Felicio Savioli Neto