Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA E DECISÃO TERAPÊUTICA EM PACIENTES IDOSOS COM ESTENOSE VALVAR AÓRTICA GRAVE
Introdução e/ou fundamentos
A avaliação geriátrica ampla (AGA) otimiza a identificação de componentes cognitivos, psíquicos, funcionais, nutricionais e sociais que afetam a saúde do idoso, contribuindo para a predição de desfechos adversos e melhorando a decisão terapêutica. Sabe-se que, no perioperatório, a AGA é capaz de reduzir complicações pós-operatórias e tempo de internação. Assim, pode-se considerar seu uso como instrumento adicional na avaliação pré-operatória de cirurgias cardíacas. Este estudo tem como objetivo avaliar a importância da AGA como instrumento na indicação de intervenção valvar aórtica em idosos.
Métodos
Estudo transversal, a partir de dados de prontuário, analisados de outubro/2018 a dezembroq2021. Selecionados pacientes com 70 anos ou mais, estenose valvar aórtica (EAo) grave e indicação de intervenção, acompanhados em ambulatório e para os quais a AGA havia sido aplicada no pré-operatório. A AGA era composta por exame clínico, avaliação de comorbidades, fragilidade (Frail), funcionalidade (Katz e Lawton), risco de depressão, função cognitiva, suporte social, risco de queda, estado nutricional e polifarmácia. Para estratificação do risco cirúrgico usou-se o EUROSCORE II. As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média e desvio padrão, com valores em percentuais.
Resultados
Avaliados 48 pacientes com EAo grave e indicação de intervenção. Observou-se idade média de 78,5 anos (+5,8), predomínio de homens (60%), área valvar média de 0,7cm² (+0,19) e classe funcional III em 28% dos casos. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica (80%) e diabetes melitos (42%). Polifarmácia identificada em 60% dos casos, fragilidade em 52%, funcionalidade comprometida em 28%, provável déficit cognitivo em 26%, risco nutricional em 33%, humor deprimido em 28% e risco de quedas em 36%. Risco social não identificado. EUROSCORE II de alto risco observado em 12% dos casos, sendo todos portadores de fragilidade. Estes pacientes foram mantidos em tratamento clínico (50%) ou submetidos a procedimento percutâneo (TAVI - 50%). Os demais, de baixo ou intermediário risco, apresentaram fragilidade associada em 11% dos casos, sendo nestes optado por tratamento clínico.
Discussão
Observou-se que, na tomada de decisão, a avaliação de fragilidade foi elemento fundamental e prevaleceu em relação a avaliação de risco habitual.
Conclusões
Pode-se concluir que a AGA é ferramenta auxiliar importante na avaliação pré-operatória de idosos com EAo grave, sendo determinante na escolha da melhor terapêutica.
Área
Temas Livres
Instituições
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - São Paulo - Brasil
Autores
LIVIA DA MATA LARA, Carolina Maria Nogueira Pinto, Neire Niara Ferreira de Araujo, Victor Abrão Zeppini, Newton Luiz Russi Callegari, Auristela Isabel de Oliveira Ramos, Claudia Felicia Gravina, Felicio Savioli Neto