Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE DEPENDÊNCIA PARA ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA EM IDOSOS COM FIBRILAÇÃO ATRIAL

Introdução e/ou fundamentos

As atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) são habilidades necessárias para um idoso conviver em sociedade de forma independente. Devido a sua complexidade, acabam sendo afetadas precocemente, contribuindo para um maior isolamento social. Assim, é importante avaliarmos quais fatores podem estar relacionados com a perda deste tipo de desempenho. A avaliação do grau de dependência para AIVDs é realizada pela escala de Pfeffer. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de dependência para as AIVDs em idosos portadores de fibrilação atrial (FA) anticoagulados com varfarina.

Métodos

Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, a partir da coleta de dados em prontuários, durante o ano de 2019. Incluídos pacientes com 70 anos ou mais, portadores de FA, em uso de varfarina, acompanhados em um ambulatório de cardiogeriatria. Realizou-se a classificação dos pacientes a partir da escala de Pfeffer, obtendo como possíveis resultados: independente, dependente parcial e dependente grave. As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média e gráficos, com valores expressos em percentuais e/ou porcentagem e prevalência; além da realização do teste qui quadrado, quando necessário.

Resultados

Foram avaliados 107 pacientes, sendo 59 (55.1%) mulheres e 48 (44.9%) homens. A média de idade foi de 79 anos, com idade mínima de 70 e máxima de 93 anos. A partir da escala Pfeffer, 89 pacientes (75.7%) foram classificados como independentes, 23 (21.5%) como dependentes parcialmente e 3 (2.8%) como dependentes graves. Observou-se, ainda, que 70 pacientes (65.4%) apresentavam um tempo na faixa terapêutica (TTR) maior ou igual a 50% e que em 72 pacientes (67.2%) identificou-se polifarmácia, apesar de não ser encontrado associação estatística significante com estas variáveis e a dependência por Pfeffer (p=0,341e p=0,497, respectivamente).

Discussão

Diante dos dados apresentados, observou-se que a população do estudo possuía idade média elevada, com a presença inclusive de nonagenários, e que a maioria foi considerada independente para AIVDS.

Conclusões

Considerando tratar-se de um grupo em uso de anticoagulação oral, pode-se inferir que o grau de dependência para AIVDs seja um dos fatores decisivos para a prescrição e manutenção da medicação. Além disso, observou-se grande porcentagem de pacientes em adequada anticoagulação e elevada prevalência de polifarmácia, possivelmente relacionada a presença de múltiplas comorbidades.   

Palavras chave

Fibrilação Atrial; Dependência; Idosos;

Área

Temas Livres

Instituições

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo - Brasil

Autores

LORENA PRAIA DE SOUZA BEZERRA, LÍVIA DA MATA LARA, AMANDA FERREIRA PASSOS, NEWTON LUIZ RUSSI CALLEGARI, CAROLINA MARIA NOGUEIRA PINTO, ROSELI APARECIDA PEGOREL LOPES, CLAÚDIA FELICIA GRAVINA, FELICIO SAVIOLI NETO