Dados do Trabalho

Título

CORRELAÇÃO ENTRE O RISCO NUTRICIONAL E O DESFECHO CLÍNICO DE OCTOGENÁRIOS PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INTERNADOS EM HOSPITAL GERIÁTRICO DE REFERÊNCIA

Introdução e/ou Fundamentos

A avaliação do risco nutricional é importante em idosos hospitalizados pois as alterações estão associadas a elevadas taxas de complicações. Em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), essa condição torna-se ainda mais complexa visto que a condição clínica afeta diretamente o estado nutricional e aumenta a morbidade. Visto isso, o estudo teve como objetivo analisar a relação entre o risco nutricional e o desfecho clínico de octogenários portadores de IC e comparar com aqueles sem IC. 

Métodos

Estudo transversal, observacional, descritivo e retrospectivo. Foram incluídos idosos com 80 anos ou mais internados em enfermaria e unidade de terapia intensiva de hospital geriátrico de referência em Pernambuco durante os meses de agosto a dezembro de 2022. Foi utilizada a escala de triagem de risco o nutricional NRS 2002 para análise do risco nutricional desses pacientes. 

Resultados

A amostra foi composta por 118 pacientes, com média de idade de 87 anos, dentre os quais 71,2% eram do sexo feminino e 28,8% do sexo masculino. Deste total de pacientes, 78 pacientes eram portadores de IC. Quando analisadas as comorbidades da amostra, 84% dos pacientes tinham hipertensão arterial sistêmica, 41% eram diabéticos, 20,3% tinham doenças obstrutivo-pulmonares e 15,2% tinham doença renal crônica. Em relação ao índice de massa corporal (IMC) dos octogenários com IC, 38,4% da amostra era desnutrida, 32,05% eutróficos e 29,43% tinham sobrepeso ou obesidade, quando comparados aos octogenários sem IC, em que 72,5% eram desnutridos, 20% eutróficos e 7,5% tinham sobrepeso ou obesidade. Quando avaliado o risco nutricional de acordo com o NRS 2002, 87,2% dos octogenários com IC tinham risco nutricional grave, com classificação de risco ≥ 3, enquanto 93,5% dos octogenários sem IC tinham risco nutricional grave com classificação de risco ≥ 3. Quanto ao tempo médio de internamento hospitalar, entre os octogenários com IC foi de 15 dias, enquanto entre os sem IC foi de 12 dias. Em relação ao desfecho clínico, observou-se que, dos pacientes com IC e risco nutricional, 66,2% tiveram alta e 33,8% foram à óbito, enquanto dentre os sem IC e com risco nutricional, 64,8% receberam alta hospitalar, 21,6% evoluíram para óbito e 13,6% foram transferidos para outro serviço.

Discussão

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Conclusões

De acordo com a análise da amostra, foi observado que aqueles idosos portadores de IC e maior risco nutricional tiveram maior tempo de internamento hospitalar e maior taxa de mortalidade quando comparados com aqueles que não eram cardiopatas. 

Palavras Chave

Insuficiência Cardíaca, Risco Nutricional, Octogenários.