Congresso Internacional e XXVIII Congresso Nacional do DERC

Dados do Trabalho


Título

Um "novo protocolo" de Teste de Esforço em esteira rolante pode melhorar o diagnóstico na Síndrome de Brugada

Introdução e/ou fundamentos

A síndrome de Brugada (SBr) é uma doença definida por uma elevação típica do segmento ST no eletrocardiograma (ECG) na ausência de causas secundárias. As derivações precordiais direitas altas (DPDA) no ECG de repouso podem melhorar a detecção diagnóstica. O Teste de Esforço (TE) provoca, na sua fase de recuperação inicial, uma ativação parassimpática que pode ser útil para detectar o padrão típico da SBr. Nossos objetivos foram avaliar o rendimento diagnóstico do TE com DPDA em desmascarar o padrão típico da SBr, bem como a segurança do método nesta população.

Métodos

74 dos 136 pacientes (pcts) de uma coorte brasileira de SB tipo 1 (Coorte GenBra) foram submetidos ao TE com DPDA, utilizando os protocolos de Bruce ou Ellestad. Foram utilizados os 6 eletrodos precordiais: nas derivações V1 e V2 tradicionais no 4º espaço intercostal (EIC) além do posicionamento acima no 3º e 2º. As alterações foram observadas e comparadas entre si, no período de repouso (deitado e em pé), durante o exercício máximo e na fase de recuperação (REC) passiva em decúbito dorsal horizontal (DDH). O teste de McNemar foi utilizado na análise e o nível de significância foi estabelecido em p <0,05.

Resultados

Os pacientes foram predominantemente do sexo masculino (57/74; 77%), idade média 44 ± 13,4 anos e 58 (78,4%) com diagnóstico de SBr espontâneo, (13; 18%) induzido por Ajmalina e (3; 4%) induzido por febre. A pontuação média do escore Shanghai foi de 4,5 ± 1,1 variando de 3,5 a 8,0. Apenas 3/74 pcts (4%) apresentaram padrão tipo 1 no repouso ao passo que 9/74 (12,2%) com as DPDA (p = 0,031). Durante a fase de REC utilizando as DPDA, um resultado positivo foi encontrado 52,7% (DPA) contra 28,4% no posicionamento padrão (4ª EIC) (p < 0,001). Houve também diferença estatística na positividade para SBr. com o TE comparado ao ECG de repouso, tanto no posicionamento padrão (27% versus 5,4%, p<0,001) quanto nas DPDA (52,7% versus 28,4 %, p<0,001). Este protocolo foi capaz de incrementar o diagnóstico em 49,7% (fase de REC com as DPDA em relação ao ECG convencional de repouso deitado).

Discussão

Makimoto e col. concluiram em 93 pcts com SBr que a elevação do segmento ST ≥ 0,05mV na REC foi preditor de mau prognóstico porém ainda não foi estudado o papel diagnóstico do TE nesta doença. 

Conclusões

O TE utilizando-se às DPDA e com a fase de recuperação passiva em DDH oferece, com segurança, uma oportunidade de desmascarar o padrão de Brugada tipo 1 e desta forma aumentar a sensibilidade diagnóstica na SBr.

Palavras chave

Síndrome de Brugada, Diagnóstico, Teste de Esforço, Teste Ergométrico.

Área

Teste ergométrico/Teste cardiopulmonar

Instituições

INSTITUTO DO CORAÇÃO - São Paulo - Brasil

Autores

NEMER LUIS PICHARA, SILVIO ALVES BARBOSA, LUCIANA SACILOTTO, PAOLA PRETTI N.F FALCOCHIO, FRANCISCO DARRIEUX, ANDREA MARIA G.M. FALCAO, MAURICIO IBRAHIM SCANAVACCA, WILLIAM AZEM CHALEA