Dados do Trabalho
Título
HIPOTENSÃO INTRAOPERATÓRIA DURANTE ANESTESIA PARA TRANSPLANTE RENAL - DESAFIOS
Introdução
A hipotensão arterial intraoperatória (HAI) constitui fator de risco, comprometendo a segurança do doente no transplante renal. A falta de consenso quanto aos parâmetros para diagnóstico de HAI desafia o anestesiologista a assegurar pressão arterial sanguínea, manutenção do balanço hídrico e dose de drogas anestésicas para perfusão adequada do rim transplantado.
Objetivo
Identificar o critério diagnóstico de HAI adotado por anestesistas durante transplante renal.
Método
Por estudo quantitativo, não experimental, estruturado, transversal, retrospectivo, descritivo, ex-post-facto, aleatoriamente incluíram-se 160 doentes submetidos a transplante renal em 2021, sob anestesia geral. Para descrição amostral, admitiram-se sexo, idade e tipo de doador do transplante. Foram variáveis de interesse: pressões arteriais sistêmicas médias, uso de drogas vasopressoras e tipo de anestésico inalatório. As pressões foram aferidas por método oscilométrico não invasivo na entrada em sala de cirurgia, decorridos 5 min da reperfusão renal e em sala de recuperação anestésica. Admitiram-se como critérios de HAI decréscimo ≥30% da pressão arterial média após reperfusão renal (DPAM-5) e de entrada em recuperação anestésica (DPAM-RPA), comparadas àquela da entrada de sala de cirurgia (PAM-0), bem como uso de drogas vasopressoras.
Resultados
Predominou sexo masculino (98; 61,2%), com média de idade maior que a do feminino (48,39 ±12,7 anos versus 44,43 ± 13,71 anos). O doador falecido foi mais frequente (151; 94,38%) que o vivo (9; 5,62%). A frequência de HAI variou segundo o critério adotado para sua caracterização. A incidência de HAI no período DPAM-5 foi de 34% (n=50) e de 43% (n=52) no período DPAM-RPA. No entanto, a incidência total de HAI no período DPAM-RPA aumentou para 84%% (n=135), considerando que efedrina foi utilizada em 51 (32%) doentes e metaraminol em 104 (65%) doentes. Esse aumento independeu do tipo de anestésico (sevoflurano; c2=1,68; p=0,195 ou desflurano c2=1,33; p=0,248) e do diferencial pressórico (c2=0,47; p=0,491 para PAM-5 e c2=0,40; p=0,0,527 para PAM-RPA).
Conclusão
: A HAI durante a anestesia do transplante é frequente e o seu diagnóstico não é padronizado, limitando o uso sistemático de medidas de prevenção e tratamento. O uso de monitores não invasivos com indicação de índice e variação de volume sistólico, índice de resistência vascular sistêmica podem conferir maior objetividade no uso de drogas.
Palavras Chave
TRANSPLANTE RENAL, ANESTESIA, HIPOTENSÃO INTRAOPERATÓRIA
Área
Área Clínica
Autores
RENATA CRISTINA MOURA CORSINO FREIRE, HELIO TEDESCO SILVA JUNIOR