Dados do Trabalho
Título
O IMPACTO DA MÁXIMA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA OBTIDA EM EXAMES DE MAPA NO PROGNÓSTICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Introdução
Os exames de monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) são utilizados para realizar uma análise completa da variação da pressão arterial ao longo de 24 horas. No laudo emitido, deve constar as médias das pressões arteriais diastólica (PAD) e sistólica (PAS), bem como seus valores máximos e mínimos nesse período.
Objetivo
O objetivo desse estudo consistiiu em avaliar o impacto da máxima pressão arterial aferida em exames de MAPA no prognóstico e na predição de mortalidade na hipertensão arterial.
Método
Foi realizado um estudo de coorte que incluiu pacientes com idade superior a 18 anos, que fizeram MAPA no período entre 27/01/2004 e 16/02/2012. Estes pacientes foram seguidos até a ocorrência do desfecho primário (morte por qualquer causa) ou até a data de encerramento do seguimento (02/2022). O desfecho secundário considerado foi morte de causa cardiovascular. Regressão de Cox foi feita durante a análise estatística e foi ajustada pelo nível de função renal, idade, diabetes e tabagismo ativo. Os resultados foram considerados significantes para p < 0.05.
Resultados
Foram avaliados 756 pacientes com média de idade de 54±16,4 anos. Deste total, 320 eram do sexo masculino (42%). Na predição de desfecho primário, apresentaram significância para a ocorrência de evento fatal por qualquer causa a PAD de 24h, a PAD em vigília e os descensos de PAS e PAD. Analisando-se juntamente a média da PAS em 24h com a máxima PAS em 24h para ocorrência de desfecho primário, tem-se que a PAS em 24h não apresentou significado estatístico, mas a PAS máxima em 24h apresentou tal significado (p=0,011, HR=1,011, IC 95% inf=1,003 e sup=1,02). Quanto à predição de desfecho cardiovascular, a PAS em sono, a PAD em vigília e o descenso da PAD tiveram associação estatisticamente significante com a ocorrência de evento fatal. Analisando-se juntamente a média da PAS (p=0,04, HR=1,023, IC 95% inf=0,966 e sup=1,012) e a máxima da PAS em 24h (p=0,03, HR=1,017, IC 95% inf=1,002 e sup=1,035) com desfechos cardiovasculares, ambas apresentaram associação estatisticamente significante para esse dado.
Conclusão
A pressão arterial sistólica máxima obtida nas 24h teve impacto direto sobre a mortalidade quando ajustada para média da pressão arterial em 24 horas. Esse dado mostra que a pressão arterial sistólica máxima acrescentou valor prognóstico à média de 24 horas que é um parâmetro já levado em conta na MAPA pelas diretrizes vigentes.
Palavras Chave
Hipertensão arterial, MAPA, monitorização ambulatorial da pressão arterial
Área
Área Clínica
Instituições
Unesp - São Paulo - Brasil
Autores
Vitória Nogueira Ribeiro, Mateus de Carvalho Gonçalves, Daniely Santos Da silva, Pasqual Barretti, Roberto Jorge da Silva Franco, Vanessa dos Santos Silva, Silmeia Garcia Zanati Bazan, Luis Cuadrado Martin