XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial

Dados do Trabalho


Título

MUDANÇAS NO PERFIL CLÍNICO DE HIPERTENSOS REFRATÁRIOS APÓS O USO DA ESPIRONOLACTONA

Introdução

A hipertensão arterial refratária (HARef) é definida a partir do descontrole pressórico apesar do uso de 5 ou mais anti-hipertensivos, sendo considerada o fenótipo extremo da hipertensão arterial resistente (HAR).


Objetivo

Caracterizar a prevalência e o perfil clínico de pacientes com HARef em uma coorte histórica de pacientes com HAR em 2 momentos: antes e após a introdução da espironolactona.


Método

Foi realizada uma análise transversal, no período pré-espironolactona, de 1048 participantes com HAR (72,3% mulheres, média de idade: 61,2 ± 11,3 anos). Todos foram submetidos a um protocolo padrão incluindo exames clínico e laboratoriais, MAPA, ecocardiograma e velocidade de onda de pulso. Em uma segunda análise, os refratários foram avaliados após a introdução de espironolactona (período pós-espironolactona). A análise estatística incluiu comparações bivariadas entre pacientes com HAR e pacientes com HARef e regressões logísticas para avaliar as correlações independentes de HARef pré e pós-espironolactona.


Resultados

Na análise transversal inicial (pré-espironolactona), a prevalência de HARef foi de 14%. Idade < 60 anos, tabagismo, obesidade e hipertrofia ventricular esquerda (HVE) se correlacionaram de modo independente com a HARef. Após a introdução da espironolactona, a prevalência aumentou para 17,6%. Observamos que os refratários em uso de espironolactona apresentaram menor rigidez aórtica, menor prevalência de HVE, de doença cerebrovascular e de doença arterial oclusiva periférica (DAOP), o que pode apontar para um menor risco cardiovascular apesar da falta de controle da pressão arterial. Os refratários também apresentavam maior magnitude do fenômeno do jaleco branco, refletindo uma atividade simpática exacerbada. Idade < 60 anos e menor prevalência de DAOP se correlacionaram com a HARef no período pós-espironolactona.


Conclusão

O uso de espironolactona parece reduzir o risco cardiovascular apesar do descontrole da pressão arterial.


Palavras Chave

hipertensão resistente, hipertensão refratária, espironolactona, risco cardiovascular

Área

Área Clínica

Instituições

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Programa de Hipertensão Arterial (ProHArt) - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Carlos Henrique Jardim Duarte, Vitória Miriam da Silva de Sousa, Gabriela da Silva Nascimento, Camila Bello Nemer, Marcus Vinicius Serejo Borges Vale da Silva, Bruno Rafael Goes de Souza, Fernanda Carvalho Carlos, Taissa Lorena dos Santos, Bernardo Chedier, Elizabeth Muxfeldt