Dados do Trabalho
Título
PRIVAÇÃO OVARIANA MODIFICA HEMODINÂMICA E PIORA FUNÇÃO CARDÍACA EM MODELO EXPERIMENTAL DE ATEROSCLEROSE, E O TREINAMENTO FÍSICO MELHORA O CONTROLE AUTONÔMICO CARDIOVASCULAR.
Introdução
O envelhecimento aumenta o risco cardíaco induzido pela aterogênese e mulheres na fase da menopausa apresentam piores desfechos cardiovasculares. Por outro lado, o treinamento físico é uma conduta não-farmacológica utilizada para promoção de benefícios sistêmicos em populações expostas.
Objetivo
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da privação ovariana na hemodinâmica, função cardíaca e no controle autonômico cardiovascular em modelo experimental de aterosclerose e avaliar os efeitos do treinamento físico neste contexto.
Método
Para isso, foram utilizados camundongos fêmeas geneticamente propensas a desenvolver aterosclerose (modelo Apoe-KO), subdividas em quatro grupos experimentais: grupo controle (C), grupo treinado (T), grupo privação ovariana (O), grupo privação ovariana treinado (OT). Os grupos privação ovariana foram submetidos a cirurgia de ooforectomia, com retirada bilateral dos ovários no 6° mês de protocolo. O treinamento físico foi realizado em intensidade moderada (entre 60-80% da capacidade máxima de corrida), com duração de 1 hora por dia nas últimas 6 semanas de protocolo. Todos os grupos experimentais foram acompanhados até o 15° mês de vida. Ao final do protocolo, foi realizada ecocardiografia para avaliar função e estrutura cardíaca e registro direto da pressão arterial após a realização do procedimento de canulação. Na sequência, foram avaliadas a modulação autonômica cardiovascular e a sensibilidade barorreflexa. Os dados foram comparados por análise de variância de duas vias (Anova two-way) e os fatores de interesse foram treinamento físico e ooforectomia, foi realizado pós-hoc de Tukey com nível de significância de 5% para todas as comparações.
Resultados
A privação ovariana promoveu redução de pressão arterial média (p = 0.0268), piora na função diastólica cardíaca (E’/A’, p = 0.0355) e aumento de débito cardíaco (p = 0.0355). O treinamento físico promoveu aumento de sensibilidade barorreflexa (resposta taquicárdica reflexa, p = 0.0196). Ambos os fatores (privação ovariana e treinamento físico) promoveram aumento da massa do ventrículo esquerdo, redução da frequência cardíaca e alterações no balanço simpato vagal.
Conclusão
A exposição à privação ovariana modifica a hemodinâmica, piora a função diastólica cardíaca e altera a estrutura do coração na aterosclerose e o treinamento físico tem potencial de promover ajustes no controle autonômico cardiovascular.
Palavras Chave
Privação ovariana, aterosclerose, treinamento físico.
Área
Área Básica
Autores
Bruno Nascimento-Carvalho, Bruno Durante Silva, Maikon Barbosa Silva, Adriano Dos-Santos, Thayna Fabiana Ribeiro, Nicolas Da Costa-Santos, Leandro Eziquiel Souza, Sergio Catanozi, Iris Callado Sanches, Maria Claudia Irigoyen