Dados do Trabalho
Título
STRAIN LONGITUDINAL GLOBAL REDUZIDO EM PACIENTES HIPERTENSOS SEM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESTÁ ASSOCIADO À DISFUNÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA
Introdução
Disfunção autonômica cardíaca está envolvida na patogênese da hipertensão e dos mecanismos envolvidos na hipertrofia ventricular. Adicionalmente, tem sido demonstrado que o strain longitudinal global já pode estar reduzido em hipertensos clinicamente estáveis sem hipertrofia. Ademais a taxa de declínio da frequência cardíaca na fase de recuperação tem sido usada para avaliar o sistema nervoso autônomo cardíaco e sua redução tem sido associada a disfunção autonômica.
Objetivo
Correlacionar o strain longitudinal global no pico do esforço com a taxa de declínio da frequência cardíaca em pacientes hipertensos sem hipertrofia ventricular.
Método
Foram avaliados 32 indivíduos: 19 hipertensos (idade 48 ± 6.2 anos) e 13 controles normal, pareados por idade (46 ± 8.2 anos. P = 0.12). Eles foram submetidos a um teste ergométrico e durante a sua realização foi feita a avaliação da deformação miocárdica do ventrículo esquerdo usando o ecocardiograma bidimensional com speckle tracking para medir os valores de strain longitudinal global. Ao final do teste avaliamos a taxa de redução da frequência cardíaca no primeiro e no segundo minuto para avaliarmos a função autonômica cardíaca.
Resultados
Em hipertensos, strain longitudinal global no pico do esforço foi estatisticamente diferente do grupo controle (-19.2 ± 1.5 vs -22.4 ± 2.1, P < 0.01). A taxa de declínio da frequência cardíaca de recuperação dos pacientes hipertensos comparada a dos indivíduos normotensos foi de (-20.6 ± 7 vs -37.4 ± 9 bpm, P < 0.001) no primeiro minuto e (-46.2 ± 10 vs -58.4 ± 11 bpm, P < 0.001) no segundo minuto, respectivamente. Nós também encontramos uma correlação significativa entre o strain longitudinal global no pico do esforço e a taxa de declínio da frequência cardíaca de recuperação tanto no primeiro minuto (r = 0.45, P = 0.01), quanto no segundo minuto (r = 0.35, P = 0.05).
Conclusão
Deformação miocárdica reduzida no pico esforço em hipertensos sem hipertrofia do ventrículo esquerdo está correlacionada como a disfunção autonômica cardíaca avaliada pela frequência cardíaca de recuperação.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Clínica
Autores
Amilton Cruz Santos , Maria Socorro Brasileiro-Santos , Rômulo Leal Almeida