Dados do Trabalho
Título
Rigidez arterial, perfil inflamatório e metabólico em diferentes fenótipos de gravidade de hipertensão
Introdução
A hipertensão apresenta diferentes fenótipos de gravidade, desde pré-hipertensão até hipertensão resistente. A avaliação precoce do dano macrovascular por meio da mensuração da velocidade da onda de pulso (VOP) e do perfil inflamatório por meio da mensuração da PCR-us é capaz de avaliar precocemente o impacto da pressão arterial (PA) no risco cardiovascular (CV) destes pacientes.
Objetivo
O objetivo deste estudo é analisar o dano macrovascular e o perfil imunoinflamatório e metabólico em pacientes com diferentes fenótipos de gravidade da hipertensão.
Método
Trata-se de um estudo transversal que está sendo desenvolvido em 2 centros de pesquisa do município do Rio de Janeiro, uma unidade básica de saúde e um centro terciário em um hospital universitário. Foram registrados dados sociodemográficos e antropométricos, pressão arterial de consultório e MRPA. A rigidez arterial foi avaliada medindo a velocidade da onda de pulso (VOP). O perfil inflamatório foi avaliado pela dosagem da PCR-us, enquanto o perfil metabólico foi avaliado pela dosagem dos lipídios séricos e da hemoglobina glicada.
Resultados
Foram incluídos 150 participantes (54% mulheres, idade 47,3 ± 11,7 anos, 58% pretos/pardos), sendo 35 pré-hipertensos, 72 hipertensos e 43 hipertensos resistentes. Identificamos que 54% dos participantes são obesos e 66% têm obesidade abdominal. Mais da metade dos indivíduos são sedentários (53,3%) e 39% dos participantes apresentam síndrome metabólica. Avaliando comparativamente pacientes pré-hipertensos, hipertensos e hipertensos resistentes, observamos aumento progressivo na idade, na prevalência da raça negra/parda (42,9% vs 56,9% vs 72,1%, p<0,05), na distribuição centrípeta de gordura (351 ± 145 vs. 403 ± 151 vs 444 ± 267, p<0,04), na hemoglobina glicada (5,3 ± 1,7 vs 5,7 ± 1,3 vs 6,4 ±1,6, p<0,05) e na prevalência de síndrome metabólica (31,4% vs 34,7% vs 53,5%, p<0,05). Há um aumento progressivo da proteína C reativa (1,0[0,5-3,2] vs 4,0[2,6-8,8] vs 5,4[0,5-10,6]) e da velocidade da onda de pulso (8,1 ± 0,1 vs 8,8 ± 1,8 vs 10,4 ± 2,2, p. <0,01), identificando indivíduos com maior rigidez arterial e inflamação sistêmica.
Conclusão
O risco cardiovascular aumenta proporcionalmente com a gravidade da hipertensão, especialmente em relação ao perfil metabólico, rigidez arterial e estado inflamatório.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Clínica
Autores
VICTOR DA SILVA MARGALLO, Carlos Henrique Jardim Duarte, GUILHERME CAMPECHE SANTOS, GABRIELE PEREIRA FONTES, VITORIA MIRIAN DA SILVA DE SOUSA, JOAO GABRIEL BEZERRA DA SILVA, FERNANDA OLIVEIRA DE CARVALHO CARLOS, BIANCA BOTELHO VIEGAS, ELIZABETH SILAID MUXFELDT