Dados do Trabalho
Título
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE EM UMA POPULAÇÃO DE ADULTOS JOVENS REGISTRADA EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO BÁSICA NO RIO DE JANEIRO
Introdução
Muito além dos fatores de risco cardiovascular (CV) tradicionais, novos fatores de risco vêm sendo estudados, dentre eles os determinantes sociais de saúde (DSS) que parecem influenciar diretamente na incidência dos eventos CV, expectativa de vida e taxa de mortalidade.
Objetivo
Avaliar os DSS que se associam a hipertensão arterial sistêmica (HAS) em uma população de adultos jovens residentes na área de abrangência de uma unidade de atenção básica no Rio de Janeiro.
Método
Estudo populacional transversal de avaliação do risco CV de uma população de adultos entre 20 e 50 anos residentes no município do Rio de Janeiro e atendidos em uma unidade da Estratégia Saúde da Família. Foram registradas características sociodemográficas, medidas antropométricas e fatores de risco CV. Foram registradas a pressão arterial de consultório e da MRPA. A raça foi autodeclarada. A baixa escolaridade foi definida quando o indivíduo cursou até o ensino fundamental completo. Foram considerados como tendo ocupação laboral aqueles com emprego formal e informal.
Resultados
Foram incluídos 483 indivíduos, sendo 299 (62%) do sexo feminino com idade média de 37 ± 9 anos. Pretos e pardos compreendem 52% da amostra. Um total de 108 indivíduos (21%) têm baixa escolaridade e 98 (20%) não têm ocupação laboral. Sedentarismo (44%), dislipidemia (43%), obesidade (26%) e hipertensão (26%) foram os fatores de risco mais prevalentes. A obesidade abdominal foi mais prevalente entre as mulheres (45% vs 26%) e a hipertensão arterial (33% vs 21%) e tabagismo (18% vs 9%) entre os homens. Os negros são mais velhos e com menor escolaridade (24% vs 18%), porém a raça não teve nenhuma relação com os níveis pressóricos. A falta de ocupação laboral foi mais frequente entre as mulheres (79% vs 58%) e na regressão logística praticamente dobrou o risco de hipertensão (OR 1,76, IC95% 1,02-3,04, p=0,042). A baixa escolaridade foi mais prevalente entre homens mais velhos e a regressão logística mostrou que esta dobrou o risco de tabagismo (OR 2,17: IC95% 1,15-4,08, p=0,016) e de hipertensão arterial (OR 1,82, IC95% 1,10-3,03, p=0,021). A falta de ocupação laboral foi mais comum entre as mulheres e não se associou aos fatores de risco CV.
Conclusão
Nesta população adulta jovem, a baixa escolaridade e a falta de ocupação laboral foram os principais determinantes sociais de saúde associados a hipertensão arterial.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Clínica
Autores
Breno Garcia Ramirez, Luana Moreira Senra Guimarães, Manuela Bartholo Ferreira, Clara Avelar Mendes Vasconcellos, Juliana Camara Garcia, Maria Carolina Bedran Ananias, Rafaela Miller Tenenbaum, Patricia Barros Bassani , Flora Rosa Campos, Elizabeth Silaid Muxfeldt