Dados do Trabalho
Título
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM AUTOGESTÃO INEFICAZ DA SAÚDE COMO PREDITOR DE RECIDIVA EM PACIENTES APÓS A CRISE HIPERTENSIVA: UM ESTUDO DE COORTE
Introdução
A falha em incluir o regime de tratamento na vida diária é uma das características definidoras do Diagnóstico de Enfermagem (DE) Autogestão Ineficaz da Saúde (00276) e pode contribuir para a falta de controle da pressão arterial em hipertensos, podendo levar à crise hipertensiva.
Objetivo
Relacionar o diagnóstico de enfermagem Autogestão Ineficaz da Saúde (00276) com a recidiva hospitalar após crise hipertensiva.
Método
Coorte prospectiva, parte de estudo realizado de agosto de 2020 a agosto de 2021. Os critérios de inclusão foram: idade ≥ 18 anos, pressão sistólica ≥180 mmHg e/ou diastólica ≥120 mmHg e ter contato telefônico. Após 12 meses da crise hipertensiva, foi realizada entrevista por telefone para avaliar recidiva hospitalar e “Falha em incluir o regime de tratamento na vida diária” do DE Autogestão Ineficaz da Saúde, por meio da Escala de Adesão de Morisky-Green de 4 itens (MMAS-4). A análise foi descritiva para frequências absolutas e percentuais, e médias e desvio-padrão para as quantitativas. Utilizou-se testes específicos para avaliar proporções, e regressão logística para a variável preditora adesão à medicação, e foi considerado valor de p<0,05. O projeto foi aprovado por Comitê de ética em Pesquisa.
Resultados
Foram incluídos 246 pacientes, mulheres (59,9%), 68,6(11,9) anos, etnia branca (82,1%), casados (51,6%), aposentados (57,6%), 9,6(4,6) anos de estudo, com renda mensal R$2838,8(3673,4). A pressão arterial sistólica/diastólica no serviço de emergência foi 191,4 (16,9)/97,9 (18,8) mmHg, respectivamente. Até os 12 meses da crise hipertensiva, 62,2% dos pacientes tiveram recidiva e 37,4% eram não aderentes ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo, de acordo com a escala MMAS-4. Houve associação positiva (p<0,05) de recidiva com menor renda mensal e somente para resposta sim à pergunta “Se você se sentir pior ao tomar os remédios, você para de tomá-los?” da escala de adesão MMAS-4. Porém, não houve associação entre adesão total ao tratamento e recidiva após 12 meses do atendimento da crise hipertensiva.
Conclusão
A característica definidora, “Falha em incluir o regime de tratamento na vida diária” avaliada pela adesão, apresentou predição com a recidiva apenas para uma pergunta. A associação da recidiva com menor renda mensal pode se relacionar à fragilidade da amostra estudada, pessoas desfavorecidas economicamente fazem parte de populações em risco para o DE Autogestão ineficaz da saúde.
Área
Hipertensão Arterial
Autores
Letícia Alcântara Fernandes , Regina Célia Santos Diogo, Angela Maria Geraldo Pierin