Dados do Trabalho
Título
TREINAMENTO FÍSICO NÃO MODIFICA PRESSÃO ARTERIAL, MAS PROMOVE BENEFÍCIOS NEUROIMUNES EM CAMUNDONGOS FÊMEAS COM ATEROSCLEROSE OOFORECTOMIZADAS
Introdução
A aterosclerose é o principal percursor para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, que é a causa mais prevalente de mortalidade cardiovascular. Ao atingir o período da menopausa, as mulheres apresentam maior risco de desenvolver piores desfechos cardiovasculares e o treinamento físico é reconhecidamente uma importante estratégia para promoção de benefícios sistêmicos em populações expostas.
Objetivo
Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar os efeitos do treinamento físico em desfechos cardiovasculares e neuroimunes em camundongos fêmeas com aterosclerose ooforectomizadas.
Método
Para isso, 28 camundongos knockout para a Apoliproteina-E (modelo experimental de aterosclerose) foram subdivididos igualitariamente em 4 grupos experimentais: sedentárias; sedentárias ooforectomizados; treinadas; treinadas ooforectomizadas. Todos os grupos experimentais foram acompanhados até o 15° mês de protocolo. Os grupos ooforectomizados foram submetidos à cirurgia de retirada bilateral dos ovários no 6° mês de protocolo. O treinamento físico foi prescrito em intensidade moderada, entre 60 e 70% da capacidade máxima de corrida, com duração de 1 hora por dia. O treinamento físico teve a frequência semanal de 5 dias por semana e foi realizada por 6 semanas. Ao final do protocolo, foi realizado registro direto da pressão arterial (Windaq) após a realização do procedimento de canulação. Em seguida, a sensibilidade barorreflexa foi avaliada pela administração de drogas vasoativas (fenilefrina e nitroprussiato de sódio). Foram avaliados mediadores inflamatórios no baço (Kit Elisa) e estresse oxidativo cardíaco. Os dados foram comparados por análise de variância de duas vias (ANOVA two-way). Os fatores de interesse comparados foram treinamento físico e ooforectomia e foi utilizada a significância de 5%.
Resultados
Não foram observadas modificações nos valores de pressão arterial e na resposta de taquicardia reflexa, entretanto, o treinamento físico promoveu maior resposta bradicárdica reflexa (p=0,04). Foi observado um menor perfil inflamatório nos grupos treinados, com menor razão TNF-α/IL-10 (P=0,01) e menor razão IL-6/IL-10 (p=<0,01). O treinamento físico potencializou a ação da enzima antioxidante superóxido dismutase (p=<0,01) e promoveu uma menor peroxidação lipídica cardíaca (p=0,01).
Conclusão
O treinamento físico não modificou desfechos cardiovasculares, mas promoveu benefícios neuroimunes em camundongos fêmeas com aterosclerose ooforectomizadas.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Básica
Autores
Bruno Nascimento-Carvalho, Bruno Durante Da Silva, Adriano Dos-Santos, Danielle da Silva Dias, Marina Rascio Henriques Dutra, Maikon Barbosa da Silva, Leandro Eziquiel de Souza, Katia De Angelis, Iris Callado Sanches, Maria Claudia Irigoyen