Dados do Trabalho
Título
DISFUNÇÃO DA BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA NA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR: EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO
Introdução
Introdução: Demonstramos anteriormente que o aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica (pBHE) em áreas autonômicas de SHR era devido à elevada transcitose a qual facilitava o acesso de Ang II circulante ao parênquima cerebral e intensificava a hipertonia simpática, e, que estas alterações eram revertidas pelo treinamento aeróbio (T). Desconhecemos se esses efeitos são específicos à hipertensão neurogênica ou ocorrem também na hipertensão secundária.
Objetivo
Objetivo: Avaliar em hipertensos renovasculares 2 rins-1 clipe (2R1C) sedentários e treinados e respectivos controles a funcionalidade da BHE e o controle autonômico da circulação (CEUA 3112251119).
Método
Métodos: Ratos Wistar foram submetidos à implantação de clipe de prata (ID: 0,20 mm) na artéria renal esquerda ou à cirurgia fictícia (SHAM) e 6 semanas após (pressão de cauda: 2R1C=194±8, SHAM=137±3 mmHg) alocados ao T (50-60% capacidade máxima, 1 h/dia, 5 dias/semana) ou mantidos sedentários (S) por 4 semanas. Foram canulados para registro dos parâmetros hemodinâmicos/autonômicos, avaliação da pBHE (administração ia. de corantes fluorescentes de alto e baixo peso molecular) e da expressão de Caveolina-1 (marcador de transcitose, imunofluorescência) no núcleo paraventricular do hipotálamo.
Resultados
Resultados: 2R1C-S vs. SHAM-S apresentavam aumentos significativos da PAM e FC basais (169±7 vs. 114±3 mmHg; 365±7 vs. 319±2 b/min), simpatoexcitação (7,18±2,55 vs. 3,73±0,38 mmHg2), redução do barorreflexo espontâneo (BrS, 0,68±0,12 vs. 1,03±0,05 ms/mmHg) e elevada variabilidade da PAS (31,36±7,34 vs. 13,03±1,75 mmHg2). 2R1C-S exibiam aumento da pBHE (4,64±0,19 vs. 0,54±0,08 %área) e da densidade da caveolina-1 (149±3 vs. 108±2 UA). 2R1C-T vs. 2R1C-S apresentaram queda da PAM (-7 %) e FC (-10%), normalização da atividade simpática (3,41±0,61 mmHg2), do BrS (0,86±0,18 ms/mmHg,) e da variabilidade da PAS (16,02±2,82 mmHg2), acompanhados de completa correção da pBHE (0,46±0,11 % de área) e da expressão de caveolina-1 (103±2 UA). Nenhuma alteração foi observada nos SHAM-T vs. SHAM-S.
Conclusão
Conclusão: A disfunção da BHE não é específica à hipertensão neurogênica caracterizando também a hipertensão renovascular, a qual é acompanhada de expressivo aumento da transcitose em áreas de controle autonômico. O treinamento aeróbio ao corrigir a pBHE contribui para a correção da disfunção autonômica, normalizando a hipertonia simpática e a elevada variabilidade da pressão arterial observadas na hipertensão renovascular.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Básica
Autores
Sany Martins Pérego, Paula Gomes Magalhães, Mariana Makuch Martins, Camila Giovanna Vieira de Morais, Lisete Compagno Michelini