Dados do Trabalho


Título

REMODELAMENTO CARDÍACO EM CAMUNDONGOS TRATADOS COM OXALATO DE SÓDIO E ESTENOSE AÓRTICA

Introdução

As Doenças Cardiovasculares são um problema de saúde pública global com crescente mortalidade, pois estão atreladas ao envelhecimento da população e à Hipertensão arterial (HAS). A HAS é um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, como a estenose aórtica, disfunção renal e hipertrofia cardíaca (HC). A sobrecarga hemodinâmica gerada pela HAS tem impacto no coração e rins, os danos renais podem levar ao maior acometimento da função cardíaca. No entanto, os mecanismos pelos quais essas alterações acontecem ainda não estão completamente elucidados. Visto isto, modelos experimentais possibilitam o estudo de tais mecanismos, no entanto, ainda não se tem na literatura um modelo de HC com disfunção cardiorrenal bem estabelecido.

Objetivo

Avaliar se o modelo de HC, causada pela constrição do arco aórtico (TAC), associado ao modelo de lesão renal, causada pelo oxalato de sódio solúvel (OXA), pode ser um novo modelo de HC com disfunção cardiorrenal.

Método

Camundongos machos C57BL foram randomizados da seguinte forma: SHAM, que receberam salina ou solução OXA, e animais submetidos a TAC que receberam salina ou solução OXA. As análises incluíram avaliação do registro direto da pressão arterial (PA), modulação autonômica (MA) e barorreflexo. Adicionalmente, as funções cardíaca e renal foram medidas por ecocardiografia, gaiola metabólica e histologia.

Resultados

O grupo TAC+OXA apresentou a maior PA sistólica (PAS)(PAS: SHAM: 122±5,24 vs.TAC+OXA:160±5,24mmHg, p<0,01), aumento do duplo produto(DP)(DP: SHAM: 64.65±4.76mmHg/bpm vs. TAC:89.53±5.85mmHg/bpm, p=0.02 ), importante redução na MA (RMSSD: OXA:12,5±1,8 vs.TAC+OXA:2,8±0,2ms, p<0,01) e taquicardia reflexa, hipertrofia cardíaca excêntrica (HCE) e pior função renal. O grupo TAC apresentou HCE, maior variabilidade da PA (DP-PAS: SHAM: 2,97±0,07mmHg vs. TAC: 5,63±0,57mmHg, p≤0,01), disfunção diastólica e ventrículo esquerdo dilatado na diástole. O grupo OXA apresentou maior MA e variabilidade da frequência cardíaca, dano renal caracterizado por processo inflamatório, dano aos túbulos proximais e, quando associado à TAC, fibrose intersticial. Os três grupos tratados apresentaram redução significativa da taquicardia reflexa.

Conclusão

A TAC associada à gavagem com OXA é um modelo de HC com disfunção renal, uma vez que a associação de ambas causou maior dano renal, HAS, menor MA e sensibilidade barorreflexa, e HCE com subsequente disfunção diastólica do VE.

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Pesquisa Básica

Autores

Amanda de Almeida Silva, Juliana Romeu Marques, Bruno Nacsimento-Carvalho, Leandro Eziquiel de Freire, Maikon Barbosa da Silva, Nathalia Juocys Dias Moreira, Felipe Lima de Souza, Guilherme Lunardon, Elia Garcia Caldini, Maria Cláudia Costa Irigoyen