Dados do Trabalho
Título
CUSTOS ATRIBUÍDOS À PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ELEVADA PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Introdução
Introdução: A análise do custo envolvido no atendimento aos pacientes com pressão arterial sistólica elevada (PASE) tem um grande potencial para reduzir possíveis desigualdades identificadas, as quais afetam a qualidade da assistência prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivo
Objetivo: Analisar a carga e o custo de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) atribuídas à PASE para o SUS no Brasil e estados em 2021.
Método
Métodos: Utilizamos as frações atribuíveis populacionais (FAP) das DCNT relacionadas à PASE, estimadas pelo Global Burden of Disease 2021, a partir do nível mínimo teórico de exposição ao risco (105 a 115mm Hg) e dos riscos relativos dos pares risco-desfecho verificados em metanalises. Aplicamos as FAP aos valores das internações e dos procedimentos de média e alta complexidades (PMAC) pagos pelo SUS, obtidos nas bases de dados do Sistema de Informação Hospitalar e do Sistema de Informação Ambulatorial, para maiores de 25 anos. Os custos foram calculados e convertidos em dólares internacionais utilizando o poder de paridade de compra em 2021 (Int$2,553). Também apresentamos os anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) e a mortalidade causada por DCNT relacionadas à PASE.
Resultados
Resultados: A PASE contribuiu para 12% (108.427) e 7% (4,6 milhões) do total de óbitos e DALYs, respectivamente, no Brasil, em 2021. O SUS gastou Int$316,8 milhões com internações e Int$11,3 milhões com PMAC relacionados à PASE, sendo isquemia cardíaca (Int$187,6 milhões), acidente vascular cerebral (Int$62,8 milhões) e doença renal crônica (Int$37,4 milhões) as mais dispendiosas. Os estados do Paraná (Int$61,5 milhões) e do Rio Grande do Sul (Int$47 milhões) dispenderam os maiores valores, enquanto Roraima (Int$395 mil) e Amapá (Int$617 mil), os menores. O maior montante foi pago para faixa etária entre 55-69 (Int$150,4 milhões) e para o sexo masculino (Int$203,3 milhões).
Conclusão
Conclusão: Embora controlável, a PASE é o principal fator de risco para óbitos e o 3º para DALYs no Brasil, impactando significativamente a morbimortalidade dos brasileiros e os gastos do SUS (Int$328,1 milhões). Portanto, priorizar medidas preventivas, por meio da Atenção Primária, pode evitar complicações e hospitalizações que são mais onerosas. Ao identificar populações de maior despesa, nosso estudo demonstra disparidades sociais e regionais, minimizáveis com a otimização da alocação de recursos para o SUS, além da possibilidade de subsidiar o processo de busca de eficiência para os programas em andamento.
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Estudos Epidemiológicos
Autores
Larissa Fernanda Fonseca Guedes, Aline Siqueira Fogal Vegi, Ísis Eloah Machado