Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EVOLUTIVA A LONGO PRAZO DA GEOMETRIA DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM HIPERTENSOS DE DIFÍCIL CONTROLE

Introdução

Introdução: Apesar de dispormos atualmente de agentes farmacológicos muito eficazes, um grupo de portadores de Hipertensão Arterial (HAS) não consegue, mesmo com aderência comprovada, normalizar seus níveis pressóricos o que pode acarretar alterações cardíacas morfológicas e funcionais. Uma dessas alterações denominadas lesão de órgão alvo (LOA) é a modificação da geometria do ventrículo esquerdo (VE) e pode ser identificada pelo ecocardiograma transtorácico (ETT).  

Objetivo

Objetivo: Analisar a geometria do VE através do ETT e avaliar seu comportamento evolutivamente, comparando o comportamento diante do aumento do número de medicações e consequente obtenção da meta terapêutica da PA na MAPA.  

Método

Metodologia: Foram analisados retrospectivamente os dados de pacientes oriundos de ambulatório de hipertensos refratários de serviço terciário no período entre 2005 e 2023. A geometria do VE foi avaliada por ETT através do IMVE/ASC e da ERP e classificada em normal, hipertrofia do VE concêntrica (HVEc), excêntrica (HVEe) e remodelamento concêntrico (RVEc). Os dados de pressão arterial foram retirados da MAPA e considerados como controle níveis médios de 24h inferiores a 130x80mmHg. O número de hipotensores utilizados e suas classes terapêuticas também foram levantados.  

Resultados

Resultados: Participaram do estudo 59 pacientes (18M/41F) com idade média de 64 anos, tendo dislipidemia 91,5%, DM2 74,4% e ambas as patologias em 58,3%. O tempo médio de seguimento foi de 7 anos. Encontramos 79,6% de LOA no ETT realizado ao início do seguimento, sendo 46,8% de HVEc, 27,6% de HVEe e 25,5% de RVEc e no último ETT de seguimento encontramos 88,1% de portadores de LOA, sendo 48% de HVEc, 19,2% de HVEe e 32,6% de RVEc. A meta terapêutica de PA no MAPA foi atingida em 39% dos pacientes, a qual, inicialmente, era presente em 20,3%. A média de medicamentos foi de 4,5 hipotensores no início do seguimento e de 4,8 na última avaliação evolutiva.  

Conclusão

Conclusão: A maioria dos hipertensos de difícil controle mostram, ao inicio do tratamento, evidência de LOA ao ETT, com maior prevalência de HVEc. A presença de LOA ao final do seguimento aumentou em 8,4%, mesmo com o aumento do número medio de medicações e o alcance da meta terapêutica da PA na MAPA.  

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Pesquisa Clínica

Autores

Elpidio Nivoloni Neto, Lara Lellis da Silva, Eduardo Hadad Cherulli, Claudio Pinho