Dados do Trabalho
Título
Exercícios físicos supervisionados auxiliam no tratamento da disautonomia após infecção pelo SARS-Cov2.
Introdução e/ou fundamentos
Apesar da vacinação, que reduz a incidência, gravidade, hospitalizações e mortalidade da COVID-19, ainda existem desafios no manejo clínico após a infecção pelo SARS-CoV2. A presença de sintomas persistentes várias semanas após a fase aguda da COVID-19 é observada em grande proporção de pacientes infectados, principalmente, naqueles que apresentaram sintomas graves. Palpitações, fadiga, cansaço, insônia, pré-síncope e taquicardia sugerem que esses pacientes apresentem algum grau de disfunção autonômica(DA) e ainda não temos tratamento eficaz para esses sintomas.
Métodos
Foram avaliados 6 pacientes que apresentaram sintomas graves da COVID-19 e procuraram o Centro de Reabilitação Cardiopulmonar para tratamento após a alta hospitalar. 3 necessitaram de suplementação com oxigênio durante a internação e 3 foram submetidos à intubação orotraqueal. Após a alta hospitalar, todos apresentavam queixas de fadiga, cansaço aos mínimos esforços e palpitações. Os pacientes foram submetidos aos testes autonômicos(TA) e teste ergométrico(TE) na avaliação inicial antes do início dos treinamentos no centro de reabilitação cardiopulmonar e após 12 semanas de treinamentos aeróbicos, de força, neuromotor, de equilíbrio e alongamentos 3x/semana. Os treinos foram guiados pela percepção de esforço e monitorização contínua da frequência cardíaca(FC) através do frequêncímetro Polar H10, respeitando a FC calculada para intensidade moderada, através da FC máxima encontrada no TE.
Resultados
Foram avaliados 5 homens e 1 mulher, com média de idade de 57±17anos, 81±17kg e 1,73±0,06m. Todos, antes de iniciarem os treinamentos, apresentavam, pelo menos 3 dos 4 TA alterados, preenchendo critérios para o diagnóstico de DA. Após 12 semanas de treinamento físico supervisionado, apenas 2 ainda apresentavam critérios para DA, porém com melhora na resposta aos testes realizados previamente.
Discussão
As sequelas e complicações da COVID estão começando a serem descritas e melhor estudadas. Existem muitos sintomas que persistem, sendo muitos deles sugestivos da presença de DA. O exercício físico parece ser uma alternativa eficaz a diminuir a hiperatividade simpática e aumentar a ativação parassimpática, podendo constituir uma boa alternativa terapêutica.
Conclusões
Apesar do pequeno número de pacientes, os resultados nos motivam a buscar mais diagnósticos de DA nesse perfil de doentes, além de realizar exercícios físicos como parte do tratamento para essa complicação, a fim de melhorar a qualidade de vida e minimizar as consequências da COVID-19.
Área
Reabilitação cardiovascular e metabólica
Instituições
Complexo Hospitalar de Niterói - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital de Clínicas do Ingá - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
JOELMA DOMINATO ROCHA CARVALHO, Igor Saramago Costa, Alessandra Rodrigues da Silva, Joedson da Silva, Mauricio Serour, Bruno luiz Cormack Coutinho, Alessandra da Silva Lucio, Carolina Cristina da Cruz