Dados do Trabalho
Título
BRONCOCONSTRIÇÃO INDUZIDA POR EXERCÍCIO: RELATO DE CASO
Introdução
A broncoconstrição induzida por exercício (BIE) é um fenômeno observado na asma, mas também é observada em indivíduos saudáveis e frequentemente em atletas. Estimam-se que 40 a 90% dos pacientes asmáticos crônicos e 30 a 40% dos alérgicos não asmáticos apresentam BIE. O Teste Cardiopulmonar de Exercício (TCPE) é utilizado para identificar de forma mais precisa e objetiva o fator limitante ao esforço máximo, esclarecendo a etiologia da dispneia, inclusive o diagnóstico de BIE.
Descrição do Caso
Paciente do sexo masculino, 25 anos, atleta amador, com queixa de dispneia e sensação de broncoespasmo aos grandes esforços há sete anos. História de dispneia mal definida na infância, rinite alérgica e sinusite. Os resultados da espirometria prévia demonstraram parâmetros dentro do limite da normalidade (VEF: 86%; CVF: 88%; VEF1/CVF: 91%; VEF 25-75%: 80%), com variação de 5% de VEF1 após o uso de broncodilatador (VEF1 pós: 91%). No TCPE, a espirometria pré-esforço estava dentro dos limites da normalidade (VEF1: 84%; CVF: 95%; VEF̸ CVF: 74,3%; VEF 25-75%: 64%) e na avaliação pós-exercício, aos 5 e 10 minutos, houve redução significativa de 28% do VEF1 em relação ao nível basal associado ao broncoespasmo, com melhora do sintoma e do VEF1 após uso do broncodilatador.
Hipótese(s) diagnóstica(s)
Admite-se como hipótese diagnóstica a BIE, visto que o paciente desenvolveu broncoespasmo após esforço físico e redução do VEF1 documentados por meio do TCPE, em paciente com função pulmonar normal em repouso.
Conduta(s) adotada(s)
Baseado nos achados do TCPE, foram instituídas estratégias preventivas não farmacológicas para BIE que incluem aquecimento pré-exercício, uso de máscara facial e evitar a inalação de ar frio. Foram prescritos beta- agonista de ação curta antes dos exercícios na prevenção de BIE e o corticoide inalatório de uso contínuo, para diminuir a necessidade de beta-agonistas de ação curta.
Conclusões
O diagnóstico da BIE baseado em sintomas autorreferidos não é confiável e requer exame objetivo. O TCPE permitiu o diagnóstico de BIE, de intensidade moderada, ao considerar redução ≥ 25% do VEF1, em paciente com história mal definida de dispneia na infância e espirometria de repouso normal. Possibilitou assim o tratamento adequado do BIE e o melhor desempenho nas atividades mais intensas desempenhadas pelo paciente, como a corrida.
Área
Teste ergométrico/Teste cardiopulmonar
Instituições
UNIVERSIDADE TIRADENTES - Sergipe - Brasil
Autores
GABRIELA MENEZES GONCALVESDE BRITO, Karinne Simões da Cruz Santos, Willams de Matos Moraes, Filipe Batista de Brito, Milena dos Santos Barros Campos