Congresso Internacional e XXVIII Congresso Nacional do DERC

Dados do Trabalho


Título

Limitação Periférica identificada pelo teste cardiopulmonar em pacientes com Miocardiopatia Hipertrófica: Prevalência e características clínicas associadas.

Introdução e/ou fundamentos

A Miocardiopatia Hipertrófica (MCH) pode levar à intolerância ao esforço, frequentemente associado ao gradiente pressórico intraventricular.Adicionalmente, muitos pacientes com MCH são desencorajados a praticar exercícios físicos, tornando-se sedentários e, consequentemente, apresentando limitação periférica aos esforços.Objetivo:Identificar a prevalência de limitação periférica através do teste cardiopulmonar (TCP) em pacientes com MCH e avaliar as características clínicas e ecocardiográficas associadas a esse tipo de limitação.    

Métodos

Estudo transversal retrospectivo em portadores de MCH submetidos à TCP e ecocardiografia no período de 2018 a 2022.Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com as variáveis do TCP. Grupo normal (N): consumo de oxigênio (VO2) >85% do predito; grupo limitação periférica (LP):VO2 <85% do predito, VE/VCO2 slope< 34 e ausência de dor torácica limitante, sinais de baixo débito, ventilação oscilatória, arritmias complexas e comportamento anormal da pressão arterial e do pulso de oxigênio.Grupo limitação cardiocirculatória (LC):VO2 < 85% e presença de qualquer um dos critérios ausentes no grupo LP.

Resultados

Foram avaliados 36 pacientes portadores de MCH.A prevalência de LP observada na amostra geral foi de 25%,correspondendo a 32% dos casos em que a intolerância aos esforços foi identificada.Não houve diferença significativa entre as variáveis clínicas e ecocardiográficas,incluindo a presença de gradiente intraventricular significativo(>=30 mmHg): 25%, 22% e 37% nos grupos N, LP e LC respectivamente (p =0,07).Caracteristicas clínicas, ecocardiográficas e das varíaveis do teste cardiopulmonar dos grupos N (n=8), LP (n=9) e LC (n=19) foi respectivamente: Idade (anos);58±8; 44±15; 44±16,p=0,06, sexo feminino;n=3 (37%), 3 (33%), 13 (68%), p=0,06,FEVE(%); 66±3, 67±7, 65±12,p=0,82;Septo(mm);18±5, 20±5, 22±4,p=0,22,VO2 (ml/kg/min): 23,5±5, 20,9±5, 13,5±5,p=<0,001,VO2 predito(%): 91±4, 71±8, 56±16,p<0,001,VE/VCO2 slope; 32±3, 29±3,38±10, p<0,05;PAS máxima (mmHg),185±24,172±16,129±34,p<0,0001            

Discussão

O presente estudo mostrou que a limitação periférica é achado frequente em portadores de MCH, podendo representar até cerca de um terço dos casos.Todavia, não foi possível diferenciar os mecanismos de intolerância aos esforços apenas com as características clínicas e ecocardiográficas.

Conclusões

Nesse contexto,o TCP pode contribuir para a identificação de limitação periférica em pacientes com MCH e que potencialmente se beneficiariam de reabilitação cardiovascular.

Palavras chave

miocardiopatia hipertrófica, teste cardiopulmonar, limitação aos esforços, limitação periférica.

Área

Teste ergométrico/Teste cardiopulmonar

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto HC-FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

LEONARDO PIPPA GADIOLI, Henrique Turin Moreira, Julio Cesar Crescencio, Camila Quaglio Bertini, Fabiana Marques, Minna Moreira Dias Romano, Lourenço Gallo Junior, Andre Schmidt