Congresso Internacional e XXVIII Congresso Nacional do DERC

Dados do Trabalho


Título

Frequência Cardíaca de Recuperação Pós-Exercício em Atletas em Recuperação da COVID-19

Introdução e/ou fundamentos

A recuperação da frequência cardíaca (FC) após o exercício máximo é um poderoso marcador de prognóstico e um retorno rápido da FC está relacionada a um melhor desempenho atlético. Estudo recentes tem apontado para uma alta frequência de acometimento cardiovascular em atletas em recuperação da COVID-19 e com o retorno das práticas esportivas competitivas, esses achados são preocupantes. Este estudo investigou o comportamento da FC de recuperação pós-exercício em atletas em recuperação de COVID-19.

Métodos

Foram avaliados 33 atletas profissionais com idade superior a 18 anos e de ambos os sexos, que testaram positivo para COVID-19 por sorologia ou RT-PCR por mais de 14 dias. Eles foram divididos em dois grupos: sintomáticos (n=19, 27±10 anos) e assintomáticos (n=14, 31±9 anos). Os sintomas relatados estavam relacionados à fadiga muscular. O teste cardiopulmonar de exercício foi realizado em esteira e a FC   foi registrada no 1º, 2º e 4º minuto de recuperação. A capacidade aeróbica máxima foi avaliada pela medida direta do consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2pico).

Resultados

Ambos os grupos foram semelhantes em idade, mas havia mais mulheres no grupo sintomático e mais homens no grupo assintomático (p=0,001) e os atletas assintomáticos apresentaram maior área de superfície corporal (p=0,002). O VO2pico foi maior nos atletas assintomáticos (3,9±0,7 vs. 2,9±0,8, P= 0,006) e a relação entre FC de repouso e VO2pico foi maior no grupo sintomático (44±15 vs. 32±8, P= 0,006). Não foram encontradas diferenças significativas na FC de recuperação pós-exercício no 1º, 2º e 4º minuto em nenhum dos grupos.

Discussão

Apesar de os atletas possuirem adaptações anatômicas decorrentes do exercício físico, pouco se sabe sobre os efeitos sobre o sistema cardiopulmonar da COVID-19 na população de atletas, o que é uma preocupação em relação ao retorno seguro das práticas esportivas. Em nosso estudo, verificamos que o comportamento da FC de recuperação foi normal, tanto em atletas ainda sintomáticos, quanto nos assintomáticos.  

Conclusões

O comportamento da FC de recuperação pós-exercício máximo foi semelhante em atletas sintomáticos e assintomáticos em recuperação de COVID-19. Esses dados sugerem um comportamento normal da FC durante a recuperação nos atletas, independentemente de ainda serem sintomáticos ou não, o que favorece o retorno à sua atividade esportiva habitual.

Palavras chave

COVID-19; Frequência cardíaca de recuperação; Consumo de oxigênio.

Área

Teste ergométrico/Teste cardiopulmonar

Autores

FLAVIA RIVA BIANCHINI, Raphaela Vilar Groehs, Danilo Leite do Prado, Gisele Mendes Brito, Ana Lúcia Sá-Pinto, Bruno Gualano, Luciana Diniz Nagem Janot de Matos, Coalizão SPORT-COVID-19 Coalizão SPORT-COVID-19