Dados do Trabalho

Título

O EXERCÍCIO FÍSICO PODE MELHORAR AS ALTERAÇÕES NO STRAIN DO ATRIO ESQUERDO EM PACIENTE PORTADOR DE MIOCARDITE VIRAL APÓS INFECÇÃO POR SARS-Cov2: um relato de caso.

Introdução

O Strain Atrial Esquerdo (SAE) é uma ferramenta com várias aplicabilidades clínicas já comprovadas, como na insuficiência cardíaca e nas doenças orovalvares. É um importante preditor de aumentos das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo (VE), disfunção diastólica. Contudo, pouco se sabe da sua relação com o exercício físico.  

Descrição do Caso

G.L.M, masculino, 39 anos e sem comorbidades, inicia, em repouso, quadro de palpitações e dor precordial opressiva 3 a 4 semanas após infecção por SARS-Cov2 com sintomas leves. Ao procurar atendimento, apresentava ritmo de fibrilação atrial (FA) com resposta ventricular elevada, elevação de troponina ultrassensível e padrão de fibrose mesocárdica septal e lateral na ressonância miocárdica, compatível com o diagnóstico de miocardite viral. Após reversão da FA com beta bloqueador, realizado ecocardiograma transtorácico (ETT), sendo evidenciado SAE alterado de 25% (normal de 35-48%), sugerindo um possível aumento das pressões de enchimento do VE e da pressão venocapilar pulmonar.

Hipótese(s) diagnóstica(s)

O treinamento físico supervisionado pode melhorar as alterações do SAE.

Conduta(s) adotada(s)

Após 3 meses, iniciada reabilitação cardiopulmonar supervisionada com 3 sessões semanais de 60 minutos, divididos entre treinos aeróbico, de força e neuromotor, de leve a moderada intensidade e guiados pela escala de percepção de cansaço e frequência cardíaca no primeiro limiar anaeróbico. Após 12 semanas de treinamento, com paciente mantendo-se assintomático e em ritmo sinusal sem medicações, repetido ETT com melhora importante do SAE (41%).    

Conclusões

O treinamento físico supervisionado parece melhorar as alterações do SAE em paciente portador de miocardite após infecção viral.