Dados do Trabalho
Título
Análise Comparativa de Três Protocolos de Hidratação para Árbitros em Partidas da Confederação Brasileira de Futebol e da Federação Paulista de Futebol da Série A
Introdução e/ou fundamentos
Os árbitros de futebol com frequência sofrem moderada desidratação, que pode interferir no desempenho físico e mental. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de três protocolos de hidratação, no nível de desidratação, na sobrecarga fisiológica e no rendimento físico dos árbitros de futebol durante as partidas dos Campeonatos da Série A.
Métodos
Doze árbitros de futebol profissional pertencentes à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Paulista de Futebol (FPF), idade média 36,0 ± 3,58 anos, foram submetidos a um ensaio clínico randomizado, no qual 3 protocolos de hidratação diferentes foram aplicados: o PA (Controle – Ad libitum), o PB (Isotônico – 500 mL 1 hora antes da partida e 500 mL no intervalo da partida), e o PC (Isotônico – 500 mL 1 hora antes da partida e até 1 L no intervalo da partida). A avaliação do peso corporal, da diurese, da ingestão de líquidos, da frequência cardíaca média (bpm), a distância total percorrida (DTP), do número de corridas de alta intensidade (CAI) (acima de 18 km/h) nos últimos 15 minutos de cada tempo e do estresse térmico (WBGT ºC) foram realizadas durante o 1º e do 2º tempo.
Resultados
A diferença do peso corporal, a porcentagem de desidratação, a ingestão de líquidos (PC < PA e < PB, p < 0,05), e a reposição percentual de líquido (PC > PA, p <0,01) demonstraram diferença significante entre os três protocolos de hidratação, PC obteve uma desidratação inferior a 2% do peso corporal. A frequência cardíaca média do 1º e do 2º tempo, a DTP, a DTP 1º tempo e o valor médio do estresse térmico, apresentaram diferença significante entre os três protocolos (PC < PA e < PB, p < 0,05). A DTP do 2º tempo (PC < PA, p < 0,05) e o número de CAI dos 30 aos 45 minutos do 1º tempo (PC < PB, p < 0,05) apresentaram diferença significante entre dois protocolos.
Discussão
Este estudo corrobora com as informações presentes na literatura e reforça a necessidade de estabelecer uma conduta adequada para hidratação dos árbitros de futebol, antes, durante e após as partidas.
Conclusões
Os resultados demonstraram que os protocolos de hidratação isotônica foram capazes de reduzir o nível de desidratação e que o PC também promoveu uma sobrecarga cardiovascular menor, mesmo sob maior demanda física e um ambiente com maior estresse térmico.
Área
Cardiologia do esporte e exercício
Autores
CRISTIANO RALO MONTEIRO, JAPY ANGELINI OLIVEIRA FILHO